COP organiza comitê científico para deter desertificação da Amazônia

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O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Departamento para o Clima e Sustentabilidade e em conjunto com a Rede Clima (Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Ambientais Globais), avalia estabelecer cooperação científica com a União de Geofísica dos Estados Unidos (AGU, na sigla em inglês). O assunto foi objeto de uma reunião realizada nesta quarta-feira (06), na COP28, em Dubai, entre os diretores da entidade científica e os membros da delegação brasileira.

Fundada em 1919 pelo Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos e independente desde 1972, a AGU é uma associação norte-americana que congrega sociedades científicas de geofísica, que engloba áreas como meteorologia e hidrologia. Atualmente, agrega uma comunidade global de cientistas. “É uma espécie de SBPC [Sociedade para o Progresso da Ciência] da geofísica”, compara o diretor do MCTI, Osvaldo Moraes.

Segundo ele, a reunião permitiu identificar sinergias para estabelecer projetos de cooperação científica entre Brasil e Estados Unidos. “Exploramos possibilidades de cooperação. De que maneira a AGU pode facilitar a interlocução entre o MCTI e o governo norte-americano para desenvolvermos projetos em conjunto. Como podemos utilizar nossas ferramentas para fazer nova ciência e responder questões que são essenciais, como os tipping points da Amazônia”, explicou Moraes.

Entre os temas que podem ser objeto de trabalho conjunto estão a inclusão de riscos sociais e políticos nos modelos que projetam cenários sobre mudanças climáticas e os impactos das decisões políticas nesses cenários. “De que maneira esses cenários de mudanças climáticas que hoje consideram, principalmente, as questões das ciências físicas, podem incluir as questões das ciências sociais e políticas”, detalhou o diretor.

De acordo com vice-presidente para Parcerias Globais da AGU, Mark Shimamoto, o encontro permitiu identificar necessidades, desafios e oportunidades científicas para o Brasil e a Amazônia. “O Brasil é um dos países que temos uma forte adesão e uma comunidade ativa de cientistas trabalhando para resolver desafios globais, incluindo os da Amazônia”, afirmou.

Shimamoto reforçou a necessidade de avançar no conhecimento sobre os pontos de não-retorno (tipping points) e suas implicações para a Amazônia. “Assim como pensar sobre outros fatores sociais determinantes e outras informações sociais que possam informar sobre riscos e reduzir riscos na Amazônia e outras comunidades”, disse.

Participaram da reunião o coordenador da Rede Clima, Moacyr Araújo, e o pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Rede Clima, Carlos Nobre, e o assessor sênior da AGU, Chris Guillot.

Com informações do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação

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