Pará avança na criação de parque para preservação das árvores gigantes

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Neste sábado (21), o Dia da Árvore é celebrado em todo o Brasil, destacando a importância da preservação ambiental. No Pará, as comemorações ganham um significado especial devido aos esforços do governo do Estado, por meio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), para a criação do Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia. A nova Unidade de Conservação (UC), prevista para ser instituída nas próximas semanas, tem como objetivo proteger a maior árvore da América Latina e uma das maiores do mundo, um angelim-vermelho (Dinizia excelsa) de 88,5 metros de altura.

Descoberta em 2018, a árvore monumental está na Floresta Estadual (Flota) do Paru, município de Almeirim, no oeste paraense, a mais de 800 quilômetros de Belém. Ao seu redor foram identificadas outras 38 árvores de grande porte, duas com mais de 80 metros. Esta é a maior incidência de árvores gigantes na Amazônia, evidenciando a biodiversidade da localidade e sua prioridade nos planos de conservação do bioma.

A iniciativa para a criação do Parque Estadual das Árvores Gigantes é liderada pelo Governo do Pará, por meio do Ideflor-Bio, em parceria com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e financiamento do Andes Amazon Fund (AAF). Em maio de 2024, uma nova expedição foi realizada para aprofundar análises físicas e biológicas, a fim de estabelecer uma área protegida que preserve as árvores gigantes.

“O angelim-vermelho de 88,5 metros é um testemunho da grandiosidade e biodiversidade da Amazônia. A expedição realizada este ano reforça nosso compromisso em proteger essas áreas prioritárias. A criação de UC de Proteção Integral voltada para essas árvores gigantes é um passo crucial para garantir que essas maravilhas naturais sejam preservadas para as futuras gerações”, enfatiza o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto.

Descobertas

Durante a expedição realizada em maio, um grupo de pesquisadores e técnicos do Ideflor-Bio, IFAP e FAS percorreu rios e trilhas na Flota do Paru, coletando dados sobre a fauna, flora e características do solo. Foram identificadas novas árvores gigantes, incluindo exemplares de angelim-vermelho com mais de 65 metros de altura. Esse achado revelou a existência de um verdadeiro santuário de árvores gigantes, indicando que sua ocorrência é mais frequente e dispersa pelo território do que se imaginava.

Além do papel fundamental na preservação da biodiversidade, as árvores gigantes têm uma função vital na regulação do clima, absorvendo grande quantidade de carbono e ajudando a mitigar os impactos das mudanças climáticas. Elas são abrigo e fonte de vida para uma ampla variedade de espécies, tornando-se um patrimônio cultural, histórico e científico.

Futuro do bioma

A criação da Unidade de Conservação não só protegerá essas árvores monumentais, mas também promoverá a pesquisa científica e a sustentabilidade na região. “Os esforços conjuntos do Governo do Pará e da sociedade civil salvaguardam não apenas o futuro do bioma, mas também promovem o bem-estar das comunidades locais e em todo o mundo,” destaca o diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato.

Com a conclusão dos estudos e relatórios técnicos, o Governo do Pará realizou, no último dia 11 de setembro, consulta pública com moradores do distrito de Monte Dourado, pertencente ao município de Almeirim, que abriga a floresta onde está localizada a árvore monumental, sobre a criação da nova UC.

O superintendente de Inovação e Desenvolvimento Institucional da FAS, Victor Salviati, ressalta o simbolismo da iniciativa. “A recategorização parcial da Flota do Paru é um compromisso concreto do Estado com a conservação da Amazônia. É uma honra para a FAS prover apoio técnico e buscar parceiros financiadores para intensificar essas ações”, enfatiza.

Com informações da Agência Pará

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