Governo Federal tem meta de reduzir em 67% as emissões até 2035

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Cintia Magno enviada especial Diário do Pará – Destacando a importância que os resultados alcançados pela COP29 são fundamentais para a COP30, o Brasil iniciou a sua agenda oficial durante a Conferência do Clima da ONU em Baku. Além da inauguração do Pavilhão do Brasil na COP, a terça-feira (12) foi marcada pelo pronunciamento do vice-presidente Geraldo Alckmin no segmento de alto nível da COP29.

O vice-presidente, Geraldo Alckmin, representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Destacando a importância da Convenção do Clima realizada no Rio de Janeiro em 1992 para que se chegasse ao cenário atual da conferência do clima, Geraldo Alckmin reforçou os principais desataques da COP29, no que se refere ao financiamento climático e às negociações do mercado de carbono, e clamou por medidas concretas na conferência deste ano.

“Precisamos de medidas concretas, no ritmo necessário. Terei a honra de apresentar, nessa COP29, a NDC do Brasil. Nossa meta reflete nossa mais alta ambição, a redução de emissões de até 67% até 2035, comparada ao ano de 2005. Ambiciosa, certamente, mas também factível. Para isso, entretanto, precisaremos, juntos, assegurar as condições e meios de implementação adequados”, destacou. “Nossa NDC é muito mais do que simplesmente uma meta de redução de emissões para 2035: reflete a visão de um país que se volta para o futuro e que está determinado a ser protagonista da nova economia global, com energias renováveis, combate à desigualdade e comprometimento com o desenvolvimento sustentável”.

O vice-presidente reforçou, ainda, que o sucesso da COP29 é fundamental não apenas para o sucesso da COP30, que será realizada em Belém, em 2025, mas também para a resposta global à mudança do clima. Em outra agenda cumprida pelo chefe da delegação brasileira na COP, a inauguração oficial do Pavilhão do Brasil na Zona Azul da conferência, Alckmin reforçou o papel do Brasil nas discussões climáticas. “O Brasil é o grande protagonista desse debate no combate às mudanças climáticas. Nós temos a maior floresta tropical do mundo. Temos a energia elétrica mais limpa do mundo”.

Na última terça-feira (12) também foi inaugurado o pavilhão do Brasil na conferência de Baku

MEIO AMBIENTE

Também presente na abertura do pavilhão do Brasil, a ministra Marina Silva apontou suas expectativas para a COP29. “Qual é o indicador de sucesso dessa COP? Para além de tantos temas postos aqui, com certeza são os mecanismos de financiamento, sem o quê, aquilo que anunciamos vira apenas enunciado. Sem os meios de implementação, não haverá como tirá-los da teoria para a prática”.

A ministra de Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil ainda falou sobre a responsabilidade de o Brasil sediar a próxima cúpula do clima, a COP30. “Esse é o Brasil que vai levar esse esforço para a COP30, em Belém. Uma COP da implementação, dos resultados, que não são apenas do Brasil. É preciso que o mundo inteiro tenha NDCs igualmente ambiciosas. Que a gente faça o mapa do caminho para a transição, para o fim do uso de combustível fóssil. Que a gente faça o mapa do caminho para o fim do desmatamento”.

A urgência em se combater os efeitos da crise climática que já vem sendo sentidos no Brasil e especialmente na Amazônia é reforçada pelo climatologista que é um dos principais especialistas brasileiros em mudanças climáticas, Paulo Artaxo, que acompanhou a programação do Pavilhão do Brasil neste primeiro dia de funcionamento.

“É fundamental que a população da região amazônica tenha consciência de que, mesmo que o Brasil zere o desmatamento da Amazônia e estruture políticas de preservação efetivas da floresta, se não conseguirmos que os demais países do nosso planeta parem a exploração e a queima de combustíveis fósseis, o destino da Amazônia pode ser muito comprometido pela degradação florestal causada pelo aumento da temperatura, pela redução da precipitação e aumento de eventos climáticos extremos, então, nós não temos tempo a perder porque esse tipping point da floresta amazônica não está muito longe, de acordo com vários trabalhos recentes, e é urgente que o Brasil efetivamente trabalhe para proteger a Região Amazônica”.

PARA ENTENDER

Pavilhão do brasil

 PAVILHÃO

Localizado na Zona Azul da COP29, o Pavilhão Brasil é um espaço de referência para iniciativas voltadas à mitigação das mudanças climáticas, com foco na preservação, conservação e regeneração de ativos florestais. A instalação foi realizada pela Apex Brasil em parceria com o Ministério do Meio Ambiente.

Fonte: Presidência da República.

 CERIMÔNIA

A cerimônia de abertura do Pavilhão do Brasil na COP29 também contou com a participação de outras autoridades, como é o caso da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, do ministro dos transportes, Renan Filho, do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, além do Governador do Pará, Helder Barbalho, e do Governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.

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