Além de Belém e da Amazônia, o Brasil também se prepara para debater as mudanças climáticas e o meio ambiente sendo fundamental a participação de toda a sociedade civil.
O Grupo de Trabalho Técnico (GTT) criado pela Secretaria-Geral da Presidência da República para fomentar a participação social na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30) realizou, na última terça-feira (15), sua primeira reunião oficial. O encontro, que ocorreu com a presença de movimentos sociais, representantes do Governo do Pará, da Prefeitura de Belém e da Secretaria Extraordinária da COP 30, marca o início da construção colaborativa de uma proposta de participação social no evento, que será realizado em novembro, em Belém.
A reunião foi aberta pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, que ressaltou a importância simbólica e política da COP 30, que ocorrerá em um território estratégico: a Amazônia brasileira.
“Essa não é uma COP qualquer. É uma conferência que acontece em um momento histórico e num território geopolítico de extrema relevância. A Amazônia vai falar para o mundo. São símbolos muito fortes”, afirmou Macêdo. Antes de deixar o encontro, ele fez um apelo ao coordenador executivo do GTT, Jorge Santana: “Vamos ficar roucos de tanto ouvir os movimentos. Nossa missão é escutar cada um e cada uma aqui presente”.
Apesar de destacar as limitações do evento oficial da ONU quanto à participação da sociedade civil, o ministro garantiu o compromisso do governo federal em garantir que as vozes dos povos da Amazônia e de outras comunidades brasileiras sejam ouvidas pelos chefes de Estado e influenciem nas decisões da cúpula climática.
Durante a reunião, os representantes dos movimentos sociais puderam apresentar propostas e reflexões sobre como garantir uma participação mais efetiva da sociedade civil no evento. Todas as sugestões serão sistematizadas pelo GTT para a elaboração de um modelo participativo mais amplo e representativo. Também foi apresentado o cronograma de encontros entre o grupo técnico e os movimentos sociais ao longo dos próximos meses.
Para Rud Rafael, do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto (MTST), a iniciativa demonstra o compromisso do governo com a escuta ativa e o fortalecimento da democracia participativa. “É uma iniciativa à altura do desafio que é construir a COP 30. Não só por fortalecer a relação com os movimentos sociais, mas por integrar o processo com o Governo do Estado e a Prefeitura. Escutar as demandas de todos e dar encaminhamentos pensando numa agenda de futuro foi fundamental”, afirmou.
Pedro Ivo Batista, representante do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais (FBOMS), também destacou a importância da mobilização brasileira. “A expectativa é grande. O Brasil pode, de fato, incluir a sociedade civil em algum nível de participação. A COP é da ONU, mas o Brasil está fazendo o dever de casa e pode criar uma verdadeira tecnologia social ao ampliar a participação”, concluiu.
A COP 30 será realizada em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro de 2025, e deve reunir chefes de Estado, cientistas, ativistas e representantes da sociedade civil de todo o mundo para discutir ações de combate às mudanças climáticas.
Fonte: Agência Gov
