Entenda por que Belém foi escolhida para sediar a COP 30

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A COP 30 vai acontecer em novembro de 2025, em Belém e o mundo todo já se volta para a cidade. Apesar disso, muita gente ainda quer saber por que a capital paraense foi a escolhida para sediar o evento.

A decisão de escolher Belém para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima tem a ver com uma combinação de fatores políticos, ambientais e simbólicos que posicionam a Amazônia no centro das discussões globais sobre a crise climática.

Um argumento central para entender por que a COP 30 será em Belém está no papel vital que a Amazônia tem para o equilíbrio climático. A Floresta Amazônica funciona como um dos maiores sumidouros de carbono do planeta, absorvendo grandes quantidades de dióxido de carbono e ajudando a conter o aquecimento global.

Além disso, a região abriga 10% da biodiversidade conhecida no mundo. Por isso, a escolha por Belém reforça a necessidade de se preservar não apenas o clima, mas também os ecossistemas e modos de vida que dependem da floresta.

A realização do evento na entrada da maior floresta tropical do mundo destaca a urgência de proteger este bioma ameaçado e reforça internacionalmente a responsabilidade compartilhada em preservar a Amazônia.

A articulação política brasileira para COP 30 em Belém

Outro fator a ser levado em consideração para explicar por que a COP 30 será em Belém  foi a atuação estratégica do governo brasileiro. Desde o início do mandato, o presidente Lula priorizou a realização do evento em território amazônico, reforçando o compromisso do Brasil com a agenda climática e a recuperação de sua imagem ambiental no exterior.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, atuaram diretamente nas negociações diplomáticas, destacando a importância de dar protagonismo às regiões mais afetadas pelas mudanças climáticas.

Além disso, o apoio unânime do grupo de países da América Latina e do Caribe à candidatura de Belém foi um diferencial importante para consolidar a decisão da cidade no âmbito das Nações Unidas.

Ainda pesou a favor da candidatura de Belém a presença do governador do Pará, Helder Barbalho, durante a COP27, no Egito, que mostrou junto a Lula, presidente então eleito, a disponibilidade da cidade em sediar o evento em 2025.

Inclusão regional e justiça climática 

Outra dimensão fundamental para entender o motivo de a COP 30 ser na capital paraense é o esforço de inclusão regional. Tradicionalmente, as grandes conferências climáticas ocorreram em centros urbanos altamente desenvolvidos, afastados das realidades mais vulneráveis.

A escolha de Belém representa uma inversão desse padrão, permitindo que lideranças indígenas, comunidades ribeirinhas, quilombolas e pequenos produtores amazônicos tenham voz ativa no evento. Essas populações vivem na linha de frente das consequências das mudanças climáticas e trazem contribuições valiosas para as soluções de adaptação e mitigação.

Dar centralidade a essas vozes reforça o princípio da justiça climática, reconhecendo que aqueles menos responsáveis pelas emissões de carbono são paradoxalmente os mais afetados por seus impactos.

Impacto da COP 30 nas populações locais

Além de ser uma oportunidade para as populações tradicionais se expressarem, a escolha de Belém trará visibilidade às realidades locais. As comunidades amazônicas são diretamente impactadas pelas mudanças climáticas, enfrentando desafios como o aumento das temperaturas, alterações no regime de chuvas e a diminuição de recursos naturais.

Essa visibilidade no cenário global tem o potencial de gerar um maior apoio internacional e nacional para a implementação de políticas públicas voltadas para a adaptação climática e a promoção de práticas sustentáveis, essenciais para a preservação da Amazônia.

Em abril de 2025, o presidente da COP30,  embaixador André Corrêa do Lago, e Ana Toni, CEO da Conferência no Brasil, participaram de atividade no Acampamento Terra Livre (ATL), coordenado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).

O ATL ocorre anualmente e é considerada a maior mobilização indígena do Brasil. Neste ano reuniu lideranças de diversas etnias para discutir direitos territoriais, sustentabilidade e justiça climática.

Infraestrutura de Belém para sediar a COP 30

Belém deu início a projetos de modernização da cidade para receber a COP 30, como investimentos em construções e obras como as do Parque da Cidade, melhorias na mobilidade urbana, modernização do aeroporto, além de segurança e transporte público.

A rede hoteleira está em expansão para atender à demanda esperada de aproximadamente 50 mil visitantes, entre chefes de Estado, diplomatas, cientistas, jornalistas e ativistas.

O governo estadual e a prefeitura de Belém também anunciaram projetos de mobilidade urbana sustentável, como corredores de ônibus elétricos e programas de reciclagem e gestão de resíduos. As obras deixarão um legado permanente de desenvolvimento sustentável para a população local, por que a COP 30 será em Belém.

Legado da COP 30 para a Amazônia

Com a COP 30, o evento deve trazer diversas inovações para a cidade, como bioeconomia, inovação tecnológica, educação ambiental e geração de renda a comunidades tradicionais.

Entre os projetos prioritários, estão a criação de novos polos de pesquisa científica sobre mudanças climáticas, financiamento para planos estaduais de combate ao desmatamento ilegal e incentivos à produção agroflorestal, que alia conservação e geração de renda para comunidades tradicionais.

A realização da COP 30 em Belém também deve acelerar a regularização fundiária de territórios indígenas e de comunidades extrativistas, reconhecendo seus direitos ancestrais como estratégia fundamental para a conservação da floresta.

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