Além dos líderes mundiais, a sociedade civil é fundamental para os debates de preservação do meio-ambiente durante o maior evento sobre o clima do mundo.
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro em Belém, contará com a Green Zone, um espaço aberto ao público que promete ser o coração da inovação, inclusão e colaboração climática. Localizada dentro do Parque da Cidade, a área funcionará paralelamente à Blue Zone, onde ocorrem as negociações diplomáticas entre países.
Diferente da Blue Zone, restrita a delegações oficiais e já com inscrições encerradas, a Green Zone será um espaço público para empresas, governos, instituições acadêmicas, organizações da sociedade civil, povos originários, juventudes e artistas apresentarem soluções práticas e sustentáveis para os desafios da crise climática.
A proposta da Green Zone é fomentar o diálogo entre o conhecimento tradicional dos povos da floresta e a inovação tecnológica, contribuindo para a construção de uma agenda de justiça climática. A iniciativa está sob a coordenação da presidência da COP30, liderada pelo embaixador André Corrêa do Lago.
Hubs temáticos e pavilhões customizáveis
Com foco em diversidade de abordagens e experiências, a Green Zone será dividida em hubs temáticos voltados a áreas como financiamento climático, biodiversidade, juventude, tecnologias limpas e inovação. As organizações interessadas em participar já podem se inscrever por meio de um formulário de intenção disponível no site oficial do evento. O prazo vai até 22 de julho.
As propostas serão avaliadas pela Secretaria Extraordinária para a COP30 (SECOP) com base em critérios como compromisso com a agenda climática, existência de projetos sustentáveis já em andamento e apresentação de soluções aplicáveis.
Os participantes poderão optar entre dois tipos de pavilhões: a categoria padrão, subdividida em bronze, prata e ouro, conforme o nível de estrutura e visibilidade e os pavilhões customizados, que permitem maior flexibilidade e personalização.
Durante a inscrição, os proponentes devem indicar os serviços que pretendem utilizar, como equipamentos audiovisuais, internet, alimentação, limpeza, tradução simultânea e apoio comercial.
Seleção será feita em cinco etapas
O processo seletivo será realizado em cinco fases. Após o envio do formulário de interesse, haverá uma triagem inicial, seguida de análise detalhada, seleção final e notificação dos aprovados. A etapa final será a confirmação da participação por parte das organizações selecionadas.
Amazônia como símbolo da urgência climática
A realização da COP30 em Belém, no coração da Amazônia, reforça o simbolismo e a urgência de uma transição ecológica que integre os saberes ancestrais e os direitos dos povos da floresta. Segundo os organizadores, a localização da conferência evidencia a centralidade da região no debate climático global.
Na Blue Zone — área oficial da conferência administrada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) —, o período de inscrições foi encerrado em 2 de julho. Com 160 mil m², o espaço será reservado às delegações oficiais dos países-membros da ONU e organizações com status de observadoras. A expectativa da presidência da COP30 é abrigar de 100 a 150 pavilhões diplomáticos e escritórios técnicos.
“Todos os escritórios e pavilhões vão prover para as delegações a estrutura necessária para que desenvolvam seus trabalhos e apresentem a agenda de seus países durante a COP”, afirmou em nota o secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia.
Mais informações sobre a Green Zone e o processo de inscrição estão disponíveis no site oficial da COP30.
Fonte: Exame