Agentes indígenas usam tecnologia para monitorar e proteger a Floresta Amazônica

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No coração da Amazônia, uma iniciativa inovadora tem unido tradição e tecnologia na preservação ambiental. Criado em 2005, o projeto Agentes Indígenas de Manejo Ambiental (AIMAS) vem transformando o monitoramento da floresta na região do Alto Rio Negro. Com iPads e smartphones, cerca de 70 pesquisadores indígenas registram mudanças na paisagem, identificam ameaças ao ecossistema e documentam a biodiversidade local.

Tecnologia a Serviço da Floresta

O monitoramento ambiental feito pelos AIMAS envolve a coleta de dados sobre desmatamento, queimadas e alterações nos ciclos de flora e fauna. Os agentes utilizam dispositivos eletrônicos para fotografar, preencher tabelas com questionários e elaborar descrições detalhadas sobre suas observações. Essas informações são posteriormente analisadas em reuniões periódicas realizadas em diferentes aldeias.

“Na minha região, pesquisamos sobre as árvores e como as pessoas retiram madeira para construção. Com o celular ou o iPad, é mais fácil registrar e acompanhar”, explicou Rogelino Tukano, um dos agentes do projeto, a IstoÉ dinheiro.

Conexão entre Sabedoria Ancestral e Conhecimento Científico

A cosmologia indígena também orienta o trabalho dos AIMAS. Os Tukano, por exemplo, observam as constelações para prever eventos climáticos e determinar os melhores momentos para pesca e colheita. A constelação da Jararaca, composta por diferentes partes como cabeça e cauda, é usada para interpretar períodos de seca e cheias dos rios.

Os agentes também atuam na conscientização sobre o descarte adequado de lixo eletrônico. Pilhas e baterias usadas são recolhidas para evitar contaminação do solo e dos rios, sendo enviadas para descarte adequado em cidades como São Gabriel da Cachoeira e Manaus.

Apoio Institucional e Desafios

O projeto conta com o suporte do Instituto Socioambiental (ISA) e da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), além de financiamento de ONGs e do Fundo Amazônia. Os pesquisadores recebem uma bolsa mensal de R$ 500 para custear suas atividades, incluindo deslocamentos em pequenos barcos pelos rios da região. No entanto, a remuneração ainda está longe de competir com os altos ganhos oferecidos pelo garimpo ilegal, um dos principais desafios para manter jovens indígenas engajados na preservação ambiental.

Um Modelo para o Futuro

Desde sua criação, o AIMAS ampliou suas frentes de atuação, inicialmente focadas no manejo de peixes, para um monitoramento mais abrangente do ecossistema. Hoje, a documentação feita pelos agentes é essencial para entender os impactos das mudanças climáticas e preservar a floresta para as futuras gerações.

Fonte: IstoÉ Dinheiro.

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