Neste sábado (7), em Macapá (AP), durante o Festival Amazônia Terra Preta, o Comitê COP30 lançou oficialmente a segunda fase da campanha “Nossa Chance para Adiar o Fim do Mundo”, uma articulação de mais de 100 organizações da américa latina que propõe soluções concretas para enfrentar a crise climática com base na realidade e nos saberes dos territórios.
A nova etapa da campanha marca um momento estratégico de aprofundamento temático, mobilização popular e projeção internacional, com foco em influenciar a revisão da NDC brasileira — as metas climáticas que o Brasil deve apresentar na COP30, em novembro, em Belém.
Como principal entrega, será elaborado um policy brief com base nas 39 propostas reunidas na primeira fase da campanha, documento que será apresentado na Convenção do Clima de Bonn, na Alemanha, ainda em junho, e posteriormente levado à London Climate Action Week. O objetivo é garantir que as propostas construídas pelas de que vive e atua nos territórios estejam no centro das discussões multilaterais sobre clima.
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Foco na ação e no engajamento popular
A campanha segue estruturada em cinco eixos estratégicos:
- Adaptação Climática
- Restauração Ecológica
- Sistemas Alimentares
- Governança Climática
- Demarcação Territorial
Para aprofundar o trabalho em cada um desses temas, o Comitê realizou a pesquisa “Nossa Chance no Território”, um mapeamento inédito que identificou o perfil de atuação das organizações da rede, os temas de maior conexão com a crise climática e os interesses específicos de cada grupo.
A campanha vai promover ativações presenciais em cidades como Belém, Macapá e Rio Branco, aproveitando datas simbólicas e eventos parceiros para mobilizar a sociedade civil e fortalecer o protagonismo das populações locais. As ações combinam formação política, arte e comunicação popular, respeitando os tempos e linguagens de cada território.
Incidência internacional
A presença do Comitê COP30 em espaços estratégicos como a Convenção de Bonn (Alemanha) e a London Climate Action Week marca a entrada da campanha em uma fase de diplomacia climática de base. Ao levar as propostas construídas na Amazônia para o centro das negociações climáticas globais, a coalizão busca romper com a lógica das NDCs produzidas apenas por tecnocratas em gabinetes, e abrir caminho para a incorporação de soluções populares, viáveis e legitimadas por quem vive nos biomas.
O policy brief que será apresentado nesses espaços tem como base o documento “Nossa Chance: uma NDC ambiciosa para adiar o fim do mundo”, lançado em novembro de 2024. Nele, estão propostas como:
- Incentivo à agricultura familiar e agroecologia;
- Políticas de demarcação de territórios indígenas e quilombolas;
- Tributação de empresas de combustíveis fósseis;
- Combate ao desperdício de alimentos e incentivo à soberania alimentar;
- Criação de mecanismos de financiamento direto a comunidades.
- Jovens à frente do debate climático
O lançamento da nova fase ocorre durante o 4º Festival Amazônia Terra Preta, evento promovido pelo Instituto Mapinguari com o tema “Guardiões do clima e juventudes rumo à COP das pessoas”. O festival reúne delegações de nove Estados da Amazônia Legal e destaca o protagonismo das juventudes na defesa do clima e da floresta. A programação conta com painéis, oficinas, mostra científica, feira da sociobiodiversidade e apresentações culturais.
Sobre o Comitê COP30
O Comitê COP30 é uma coalizão fundada por organizações amazônicas e formada atualmente por mais de 100 entidades da sociedade civil brasileira. A iniciativa nasceu com o objetivo de garantir que a COP30, a ser realizada em Belém (PA), em novembro de 2025, tenha como centro as pautas da justiça climática, da soberania dos territórios e do protagonismo dos povos.
A campanha “Nossa Chance para Adiar o Fim do Mundo” é a principal ferramenta de mobilização da coalizão e articula estratégias de comunicação, incidência política, formação popular e diplomacia internacional.
Sobre a campanha
“Nossa chance de adiar o fim do Mundo” é uma mobilização esperançosa e ousada que chama à ação, para garantirmos que as soluções climáticas combatam as desigualdades e estejam alinhadas às especificidades socioeconômicas, culturais e ambientais dos territórios, especialmente das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
A organização busca ampliar o debate sobre ambição climática e envolver as pessoas em torno de 5 temas que achamos centrais dentro do debate climático, são eles: Adaptação Climática, Restauração Ecológica, Sistemas Alimentares, Demarcação Territorial e Governança Climática.
Texto: Divulgação