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Irlaine Nóbrega/ Diário do Pará – Belém recebeu ontem a Conferência de Alto Nível das Nações Unidas. O evento foi uma realização do Comitê Permanente da América Latina para a Prevenção do Crime (Coplad), vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), e do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). O debate ocorreu no teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, onde estiveram presentes líderes, especialistas e autoridades nacionais e internacionais que discutiram sobre construções inovadoras e soluções para as mudanças climáticas e o futuro da Amazônia.

Com o objetivo central de contribuir para a COP 30, a reunião contou com debates para a aplicação de políticas integradas de governança e cooperação multilateral com foco na redução dos impactos ambientais extremos, no fluxo da aceleração da Agenda 2030 das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, para salvaguardar os compromissos no Acordo Climático de Paris e com ênfase na Amazônia. A programação abordou a assistência ao progresso da Amazônia nas vertentes dos Direitos Humanos e dos Direitos da Natureza, com destaque para temas como Justiça Climática, criminalidade na Amazônia, Cidade Inteligente e desenvolvimento de comunidades carentes na Amazônia.

Durante a sessão solene de abertura, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Edson Fachin, ressaltou que a Amazônia está no centro do mundo, tanto no sentido geopolítico quanto dos desafios para o futuro, tendo um importante papel para limitar o aquecimento global. Sendo assim, o evento foi a última oportunidade de avaliação dos objetivos antes da COP 30 no intuito de unir esforços para preservação da Amazônia em prol do controle das mudanças climáticas.

vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Edson Fachin

“Estar aqui hoje, neste evento prévio à COP, significa unir esforços, inteligências, conhecimentos, saberes e experiências para enfrentar eventos climáticos que envolvem o controle das emissões, especialmente a preservação da Amazônia. Os eventos climáticos extremos que evidenciamos no Brasil mostram e já mostraram problemas na área ambiental, demandando medidas emergenciais e legais que envolvem conceitos de propriedade e de direitos. Preservar a floresta é fundamental para o clima do país, como também para o desenvolvimento e a produção. Cumprir dar atenção aos impactos econômicos e ouvir a população ribeirinha. Todos somos chamados a essa responsabilidade”, disse.

AÇÕES ESTADUAIS

O governador do Estado do Pará e presidente da Conferência de Alto Nível da ONU, Helder Barbalho, destacou que 2024 foi considerado o ano mais quente da história, culminando em severos impactos que afetaram majoritariamente as populações mais vulneráveis. Os eventos extremos de mudanças climáticas também interferiram na indústria, comércio e na ocupação urbana, comprovando que a lógica da devastação soma perdas sociais, humanas irrecuperáveis, revelando a necessidade de garantia de Justiça Climática.

“A COP 30 será a COP da Floresta, a COP da Amazônia, a COP do Brasil. Será a oportunidade para discutirmos as mudanças climáticas a partir do maior bioma de floresta tropical do mundo. Precisamos discutir formas de fazer o melhor uso dos recursos naturais, de implantar e sustentar o modelo econômico de baixas emissões de carbono para que, preservando a floresta e seus recursos, tragédias não se repitam”, apontou.

Nesse sentido, a gestão estadual, de acordo com Barbalho, está caminhando para a preservação do meio ambiente. Uma das ações em benefício do clima foi a criação, em 2020, da Política Estadual sobre Mudanças Climáticas; a participação do poder público em discussões nacionais e internacionais sobre o tema das mudanças e adaptações climáticas; o Plano Estadual de Bioeconomia, uma estratégia para a transição de um modelo econômico de baixas emissões; além da redução do desmatamento, a implementação de um sistema jurisdicional de crédito de carbono, a recuperação de vegetação nativa, estratégias que visam garantir a redução da pobreza e a segurança alimentar.

No discurso, o governador do Pará ainda anunciou a entrega para a COP 30 do 1º Centro de Bioeconomia e Inovação, um espaço integrado ao Porto Futuro que aturá como grande centro mobilizador de startups e incubadoras para apresentações de negócios de bionegócios, negócios atrelados a floresta e sua biodiversidade, agregado a fontes de financiamento público e privada para alavancar a valorização da floresta viva.

“Mas do que nunca, o nosso futuro está em nossas mãos. Um futuro que não insiste em olhar para cima e ver o perigo da destruição do planeta ou a tranquilidade. Olharmos para cima, sim, mirarmos as alturas porque as possibilidades de cuidar do clima e do planeta são grandiosas oportunidades para a espécie humana e para todas as espécies. Espero que esta Conferência possa colaborar de forma preciosa para o conteúdo e a construção, para que possamos gerar consciência e mobilização em favor da paz, gerando segurança humana e garantindo estratégias que permitam que as urgências climáticas sejam combatidas nas urgências necessárias a partir da Amazônia, a partir do Pará”, concluiu.

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