Ao longo de 2024, os biomas Amazônia e Cerrado apresentaram reduções expressivas nos índices de desmatamento em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados pelos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Apesar dessas boas notícias, o ano foi marcado por um número alarmante de incêndios que atingiram outros biomas brasileiros.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Amazônia registrou uma taxa de desmatamento de 6.288 km², uma queda de 30,6% em comparação a 2023, marcando o menor índice em nove anos. No Cerrado, que vinha enfrentando aumentos consecutivos nos últimos cinco anos, houve uma redução de 25,7%, totalizando 8.174 km² desmatados em 2024.
Os números indicam uma desaceleração no ritmo de destruição em ambos os biomas, destacando a eficácia de políticas públicas e ações de fiscalização ambiental. No entanto, o estado do Maranhão foi responsável pela maior área desmatada no Cerrado, correspondendo a 30,42% do total, seguido por Tocantins.
As consequências do desmatamento e das mudanças climáticas já são visíveis no Brasil. Eventos como a alteração nos períodos de chuvas e secas severas, que afetam diretamente biomas como Cerrado, Pantanal e Amazônia, passaram a se tornar comuns.
INCÊNDIOS EM NÍVEIS RECORDES
Apesar das reduções no desmatamento, 2024 foi o ano com maior número de queimadas desde o início da série histórica em 2019. Dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas, indicam que 27,6 milhões de hectares foram queimados entre janeiro e outubro, um aumento de 119% em relação ao mesmo período de 2023.
A Amazônia concentrou 55% da área queimada, com 15,1 milhões de hectares afetados. O Cerrado também sofreu com incêndios, totalizando 9,4 milhões de hectares queimados, sendo 85% em áreas de vegetação ativa. No Pantanal, as queimadas aumentaram 1.017%, enquanto a Caatinga e a Mata Atlântica registraram reduções, ainda que expressivas áreas de vegetação nativa tenham sido atingidas.
Com políticas mais rigorosas e maior fiscalização, especialistas esperam que o desmatamento continue a diminuir nos próximos anos. No entanto, a recuperação dos biomas requer esforços coordenados entre governos, organizações não governamentais e a sociedade civil.
Com informações do Metrópoles