A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro, em Belém, já ultrapassou a marca de 55 mil inscritos, consolidando o interesse global no primeiro encontro climático sediado na Amazônia.
O presidente da conferência e secretário-geral da COP30, André Corrêa do Lago, destacou durante visita técnica à capital paraense que o desafio já não está mais nas obras de infraestrutura — muitas delas concluídas ou em fase final —, mas sim em garantir a presença da maior diversidade possível de participantes.
“A COP agora é o mundo. Precisamos trazer cientistas, empresários, governadores, prefeitos… Toda essa gente também tem que vir. O governo brasileiro conseguiu assegurar o número mínimo de quartos para as delegações, mas o restante precisa ser estimulado. Tem que baixar um pouquinho [os preços], porque aí vai vir todo mundo”, afirmou.
Corrêa do Lago reconheceu que já houve diálogo com o setor privado, mas que os preços das diárias seguem sendo um entrave. Como alternativa, ele destacou o aluguel de apartamentos como uma saída cada vez mais adotada pelos visitantes.
“As pessoas estão alugando apartamentos lindos. Ninguém é mais cuidadoso com casa do que o brasileiro. Todo mundo vai ficar encantado. Mas os preços ainda estão muito altos. Tinha que dar uma olhada, dar uma baixadinha”, comentou. Apesar da preocupação, ele parabenizou a estrutura preparada em Belém, considerada por ele como “a melhor já feita” para uma conferência do clima.
Legado comparável à Rio 92
Ao projetar os impactos da COP30, Corrêa do Lago comparou o potencial do evento ao da Rio 92, conferência histórica que consolidou o Brasil como protagonista nas negociações ambientais globais.
“Eu espero que o efeito da COP em Belém seja como o da Rio 92. O mundo vai olhar para o Brasil e ver o quanto estamos preparados para liderar a agenda climática”, declarou.
Com expectativa de legado duradouro, o evento é visto como uma oportunidade única para o Brasil e, especialmente, para a Amazônia, de reforçar sua posição estratégica nos debates sobre o futuro do planeta.