Fapespa participa na Alemanha de evento de preservação da floresta amazônica, bioeconomia e valor da natureza

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A Amazon Week, realizada de 18 e 27 de setembro, acontece em três das mais visitadas metrópoles da Europa: Berlim, Bruxelas e Paris, com a preocupação central de responder a uma questão inquietante, há tempos, para especialistas de áreas afins ao tema, quando se trata de saber qual é o real valor da natureza.

Daí a extensão da pergunta-chave que permeia a agenda do encontro, dirigida à reflexão de ilustres convidados e renomados cientistas: “what is the value of nature?” Ou seja: “qual o valor da natureza?”

Em Berlim, o evento ocorreu na quarta-feira, 24 de setembro, e destacou o subtema “Bioeconomia, Cooperação Científica Internacional e Sustentabilidade Financeira para a Floresta Amazônica”, com intensas discussões em diferentes momentos.

Pará nos painéis – O Pará teve participação em três painéis, o primeiro deles “Bioeconomia e Inovação: Aspectos Técnicos, Econômicos e Barreiras de Mercados”, com atuação do professor Danilo Fernandes da Universidade Federal do Pará (UFPA), da ex-diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi, Ima Vieira, atualmente assessora especial da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e Paulo Reis, presidente da Associação dos Negócios da Sociobioeconomia da Amazônia (Assobio).

Outro momento foi dedicado ao painel “Sistemas de Inovação para Bioeconomia: O Papel do Conhecimento Científico Tradicional”, com relevantes discussões coordenadas pelo professor Danilo Reis, com a apresentação de aspectos específicos da bioeconomia e da necessidade de inovação para a Amazônia.

Encerrando a rodada, no terceiro painel, o diretor-presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Marcel Botelho, foi o moderador da mesa sobre “Cooperação Internacional e Fortalecimento da Pesquisa na Amazônia”, que representou o Governo do Pará.

Botelho teceu considerações de que forma essa cooperação pode atuar como facilitadora de bons resultados impulsionadores dessa concertação pela região e grupos de pesquisas.

Também tomaram parte esse cenário, a diretora do Laboratório de Biociências (LNBio) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), Maria Augusta Arruda; o pesquisador Carlos Sierra, do Instituto Max Planck de Biogeoquímica e o pesquisador Rafael Oliveira, do Instituto de Biologia da Universidade de Campinas (Unicamp)

“Nós procuramos enfatizar o quanto a pesquisa deve ser valorizada e o estado do Pará tem sido exemplo, nesse sentido, pela  liderança do governador Helder Barbalho ao buscar respostas por meio de parâmetros, modelos científicos, a fim de dar o encaminhamento devido a planos estratégicos, muito relevantes, a exemplo do Plano de Biodiversidade do Pará (Planbio)”, pontuou Marcel Botelho

Questões para mudar a região – Ainda nesse terceiro painel os participantes dividiram em cinco perguntas dos apresentadores, onde em cada um dos membros falou das suas experiências em relação à cooperação internacional e quanto esse processo beneficiou o seu trabalho, e se espera que a Amazônia também seja beneficiada ressaltou o presidente da Fapespa.

A primeira pergunta posta ao grupo foi sobre quais os principais desafios que os pesquisadores encontram ao conduzir investigações na Amazônia e como esses desafios podem ser superados por meio da cooperação internacional.

A segunda questão foi como os projetos de pesquisa na Amazônia contribuem para a sustentabilidade e o desenvolvimento da região, preservando a sua biodiversidade, única. A terceira pergunta, qual o papel da cooperação internacional no fortalecimento das infraestruturas de pesquisas na região amazônica.

A quarta indagação, como a pesquisa na Amazônia pode estar, ou deve estar alinhada com as necessidades e interesses das comunidades locais, e como essas comunidades podem beneficiadas pelas pesquisas científicas pelos achados desses projetos.

Oportunidades emergentes – E por fim, quais são as oportunidades emergentes, quais são os campos de pesquisas emergentes, seja na ciência ambiental, seja nas doenças tropicais, logística, sustentabilidade, e como esses temas podem atrair uma atenção global para a pesquisa na região, e como os pesquisadores podem assegurar que vai haver uma transição do modelo atual para o modelo de desenvolvimento sustentável, na região, por meio de uma cooperação internacional.

Foram essas as perguntas que despertaram no público grande atenção com uma interação, ao final, muito significativa, trazendo grupos de interesse para uma colaboração que tenha o amazônida, em primeiro plano, e a Amazônia, na qualidade de protagonistas das ações.

Esses aspectos poderiam ser entendidos “como o grande legado dessas apresentações”, das quais se espera que num curto espaço de tempo, aumente mais a cooperação internacional, que a Fapespa já vem fazendo com várias instituições internacionais, não só da Alemanha.

“Nessa busca por horizonte já contamos com o Reino Unido, França, Suíça, Bélgica e Japão, e vamos buscar novos parceiros para esse desenvolvimento sustentável, liderado pelo estado com a liderança do estado do Pará, à frente dessa grande iniciativa que é o Plano de Bioeconomia do Estado, completou Botelho.

No encerramento do evento houve uma palestra do presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, oportunidade em que o dirigente mostrou números inéditos da Bioeconomia da Amazônia, e o quanto ainda a região tem a crescer. A ApexBrasil é a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos criada em 2003 para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para o Brasil.

“Quando comparamos números da Apex com a exploração de produtos com origem da floresta em outras partes do mundo, vemos o quanto ainda a Amazônia pode crescer, o que não é novidade no Estado do Pará, já que o governador Helder Barbalho tem mostrado o grande potencial que existe não somente no Pará, mas as riquezas da natureza da Amazônia como um todo, e que necessita de uma política adequada voltada a esses interesses da bioeconomia”, adverte Botelho.

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