Luiza Mello – Todas as partes negociadoras da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) que participarão da convenção, em novembro em Belém, estarão alojadas e vão receber todo o suporte necessário durante a estadia. Foi o que garantiu ontem (23) o secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia, em reunião com representantes de embaixadas, em Brasília. No encontro, Correia detalhou a infraestrutura preparada para a Conferência — que ocorre entre 10 e 21 de novembro. “Há garantia de reserva de 2.500 quartos individuais a valores entre 100 a 600 dólares, para todas as 196 partes”, frisou o secretário.
Ele explicou que o plano de acomodação prevê a divisão dos países em dois grupos. No primeiro, estão 73 nações que, de acordo com parâmetros da ONU, são Países Menos Desenvolvidos (LDC) e Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEID). Serão reservados 15 quartos por delegação, que custarão entre 100 e 220 dólares. Já no segundo estão os outros países, que terão direito garantido de 10 quartos por delegação, com custo entre 230 e 600 dólares.
Ao todo, já há mais de 28 mil quartos disponíveis durante a COP30. Eles estão divididos em: hotéis (7,9 mil quartos e 14,3 mil leitos), navios (3,9 mil cabines e 5 mil leitos), imóveis (16,5 mil quartos e 25 mil leitos) e outras soluções (1,3 mil quartos e 10,5 mil leitos).
“Nós queremos que todos os valores sejam acessíveis. Estamos trabalhando muito para isso, como é visto. Tanto nós aqui do governo federal, quanto do estado (do Pará) e da prefeitura (de Belém), com envolvimento direto dos dirigentes, que fizeram várias reuniões com a rede hoteleira e com as imobiliárias. Estamos colocando os melhores imóveis com os melhores preços nesse momento”, reforçou Valter Correia.
As acomodações já estão disponíveis em uma plataforma da COP30, que está sob gerência do governo brasileiro e da UNFCCC. Os países definidos na primeira etapa receberão a indicação de pacote de hospedagem. As delegações terão dez dias para indicar a adesão.
MALHA AÉREA
Na reunião, o secretário extraordinário da COP30 fez uma apresentação sobre outras áreas da organização do evento, como os voos para chegar até Belém, o esquema de segurança, alimentação, mobilidade e sustentabilidade.
Segundo ele, a malha aérea será expandida durante o mês de realização da COP30 em Belém, com mais voos nacionais e internacionais. Haverá voos internacionais diretos para a capital paraense a partir de Lisboa, Fort Lauderdale, Miami, Caiena e Paramaribo. Já voos internacionais com conexão poderão passar pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Manaus, Recife, Guarulhos, Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte e Campinas.
A malha especial contempla novas rotas e maior frequência de conexões regulares, especialmente entre cidades da região Norte do país, fortalecendo a integração regional durante o evento. O crescimento de assentos em viagens domésticas será de 23,3%, em relação a novembro do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Em números absolutos, isso representa mais de 46 mil lugares a mais, totalizando 245,7 mil. Assim, somam-se à atual malha aérea 221 voos domésticos para Belém, no mês da COP30, totalizando 1.395 voos. Entre os destinos internacionais, a ampliação é ainda mais significativa, com alta de 44% de assentos – passando de 3.888 para 5.610 lugares. Em número de voos, a quantidade passa de 22 para 31 viagens. Os valores também são relativos a novembro passado.
SEGURANÇA
Valter Correia também deu detalhes sobre a operação integrada de segurança, que abrange, além da área do evento, toda a capital paraense e a região metropolitana. Para isso, serão empregados esforços de segurança aérea, marítima e cibernética, com participação das Forças Armadas, Polícia Federal, Agência Brasileira de Inteligência, além dos aparelhos locais de segurança.
A estimativa é de que o local receba entre 130 e 150 autoridades de alto nível. Já o público que irá circular no evento deve girar em torno de 50 mil credenciados.
Correia falou também sobre a alimentação daqueles que vão participar como partes negociadoras durante a Convenção. Segundo ele, 30% dos alimentos serão provenientes da agricultura familiar e da agroecologia, em grande parte, produzida por agricultores paraenses. O cardápio reserva ainda 40% de opções vegetarianas ou veganas.