Inovação amazônica: bebida fermentada nasce com apoio do PCT Guamá

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Agência Pará – Inspirada por um gesto de carinho entre pai e filho e desenvolvida com base no conhecimento tradicional, aliado à ciência e à inovação tecnológica, a kombucha H é a primeira bebida fermentada à base de ingredientes amazônicos criada com o suporte técnico do Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá. Produzida pela Homci, startup associada ao parque, a bebida se destaca pelos sabores regionais — açaí, cupuaçu, bacuri e, em breve, guaraná — e pelos potenciais benefícios à saúde.

Para desenvolver a fórmula e ampliar a produção, Rodolfo Homci, diretor-executivo da empresa, buscou os serviços do Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia (CVACBA), vinculado à Universidade Federal do Pará (UFPA) e sediado no PCT Guamá. A atuação do laboratório com o aprimoramento do produto é essencial para garantir sua competitividade no mercado. O CVACBA passou a realizar análises físico-químicas, testes sensoriais sobre a aparência, aroma e paladar e definir rigorosos padrões de qualidade.

“A parceria com o Parque tem sido um diferencial fundamental na trajetória da Homci e da kombucha H. Com o apoio do CVACBA, conseguimos avançar de forma estratégica e segura em cada etapa do projeto”, destaca Rodolfo, que atua em conjunto com uma equipe de quatro pesquisadores do laboratório.

Referência na Amazônia como ambiente de fomento à inovação, o PCT Guamá desempenha papel fundamental na trajetória da startup. “O Parque utiliza o rigor científico para pesquisar e desenvolver soluções que alcançam a população em várias áreas. A Homci é um exemplo de empresa que conta com a nossa experiência para se desenvolver e, consequentemente, disponibilizar produtos ou serviços de alta qualidade que beneficiam a sociedade”, destaca João Weyl, diretor-presidente da Fundação Guamá, Instituto de Ciência e Tecnologia (IC&T) responsável pela gestão do complexo.

O lançamento oficial da kombucha H está previsto para ocorrer até a COP 30, que será realizada em novembro deste ano, em Belém. A bebida será apresentada como um símbolo de saúde, sustentabilidade e valorização da floresta amazônica, com distribuição planejada para supermercados, lojas de conveniência, pontos de venda de produtos naturais e plataformas de e-commerce.

Benefícios – A kombucha é uma bebida fermentada à base de chá adoçado que passa por fermentação com uma colônia simbiótica de bactérias e leveduras, conhecida como Scoby (Symbiotic Culture of Bacteria and Yeast – Cultura Simbiótica de Bactérias e Leveduras em tradução literal).

Originária da China antiga, por volta de 220 a.C., a kombucha era considerada um “elixir da imortalidade” devido aos benefícios atribuídos à saúde. A bebida se espalhou por regiões da Rússia e do Japão, ganhando popularidade no Ocidente, especialmente nos Estados Unidos e, mais recentemente, no Brasil. Entre os potenciais benefícios à saúde estão a presença de probióticos naturais, que favorecem a saúde intestinal, além de ácidos orgânicos, enzimas, vitaminas do complexo B e antioxidantes.

Foto: Sérgio Moraes/ Fundação Guamá

História, inovação e reconhecimento – A trajetória da kombucha H começou com Rodolfo Homci, que passou a produzir a bebida artesanalmente para aliviar desconfortos estomacais do pai. O que nasceu como um gesto de cuidado familiar rapidamente se transformou em um projeto inovador incentivado pela mãe, com grande potencial de mercado.

O sucesso inicial, impulsionado pela boa aceitação em pontos de venda experimentais, despertou uma nova possibilidade: e se fosse possível incorporar os sabores da Amazônia à bebida? Com investimentos consistentes em pesquisa e inovação, a Homci alcançou importantes reconhecimentos: foi aprovada no programa Centelha Pará de 2023, premiada no Desafio Inove Mais de 2024, aprovada no edital Startup Pará – Tech
Empreendedor 2024/2025, além de selecionada para o programa RHAE 2025.

Atualmente, o desenvolvimento da kombucha H também é tema da pesquisa de mestrado de Rodolfo em biotecnologia pela UFPA, sob orientação do pesquisador Fábio Moura, do CVACBA, reforçando a integração entre o ambiente acadêmico e o empreendedorismo de base tecnológica.

Oferta de serviços especializados – Os laboratórios de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) do PCT Guamá aliam conhecimento científico à competitividade de mercado. Atualmente, são doze laboratórios em operação: um vinculado à Universidade do Estado do Pará (Uepa) e 11 à UFPA. O CVACBA é especializado em pesquisas e serviços com produtos de origem vegetal, como cacau, açaí e mel, atendendo às indústrias alimentícia, farmacêutica, química, biotecnológica e cosmética. Entre os serviços oferecidos estão análises, além de testes de atividade residual enzimática, promovendo inovação com base nos recursos naturais da região.

Projetos privados e públicos podem acessar os serviços do PCT Guamá. Para mais informações, os interessados devem entrar em contato pelo e-mail servicos@fundacaoguama.org.br ou pelos telefones (91) 3321-8908 e 3321-8909.

Referência em inovação na Amazônia – O PCT Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), com as parcerias da UFPA e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), com a gestão da Fundação Guamá. É o primeiro parque tecnológico da região Norte do Brasil, e visa estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável, a fim de melhorar a qualidade de vida da população.

Localizado às margens do Rio Guamá, que dá nome ao complexo, o PCT está situado entre os campi das duas universidades, e conta com um ecossistema rico em biodiversidade, estendendo-se por 72 hectares, destinados a edificações e à Área de Proteção Ambiental (APA) da Região Metropolitana de Belém. O complexo conta com mais de 30 empresas residentes (instaladas fisicamente no Parque), mais de 40 associados (vinculados ao Parque, mas não fisicamente instalados), 12 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de processos e produtos e uma escola técnica.

O PCT Guamá integra a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e International Association of Science Parks and Areas of Innovation (Iasp), e faz parte do maior ecossistema de inovação do mundo.

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