Considerada a região mais biodiversa do planeta, a Floresta Amazônica abriga uma enorme quantidade de espécies, muitas das quais ainda são desconhecidas para a ciência. Recentemente, os pesquisadores Riuler Corrêa Acosta e Diego Mendes do Instituto Mamirauá descreveram duas novas espécies de inseto encontradas na Amazônia, um grilo (Oecanthus buxixu) e uma esperança predadora (Spinaraptor taja).
A nova espécie de grilo foi descoberta na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, no município de Maraã, Amazonas. O gênero Oecanthus possui mais de 70 espécies distribuídas ao longo do planeta, mas esta é apenas a segunda espécie conhecida na Amazônia, a outra tendo sido descrita em Santarém, no Pará.
A nova espécie foi descoberta a partir da soma de características morfológicas externas e internas, mas principalmente a sinalização acústica emitida pelos indivíduos machos, método o qual os cientistas usam para diferenciar espécies de grilos, além de características fisionômicas. O nome científico “buxixu” faz referência à planta homônima onde a espécie é comumente encontrada se alimentando de frutos e folhas.
Já a nova espécie de esperança descrita faz parte de um novo gênero como um todo, Spinaraptor, que inclui outras quatro espécies. O nome do gênero vem do latim: spina (espinho) + raptor (ladrão) significando “ladrão de espinhos”, uma referência aos longos espinhos das pernas dessa esperança que são usados para segurar as suas presas enquanto as devora. Spinaraptor taja ocorre no estado do Amazonas, com espécimes coletados em Manaus e na cidade de Tefé. Esta espécie foi encontrada principalmente próximo a corpos d’água com presença de plantas da família Araceae, popularmente chamadas de “tajá”, que dá o nome científico à esperança. São noturnas e se alimentam de pequenos insetos que caçam sobre a vegetação.
Com informações de Miguel Monteiro