É possível pensar uma agropecuária feita de forma sustentável no estado do Pará? Qual a relação entre as mudanças climáticas e a legislação? Que soluções a natureza pode oferecer a respeito? O que a ciência tem produzido diante dessas questões? O que as populações tradicionais tem a dizer sobre o assunto? Esses são alguns dos temas que serão discutidos no I Simpósio de Carbono da Amazônia (Simcarbo) , evento organizado pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), com o apoio da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) e várias instituições parceiras.O evento ocorre nos dias 20 e 21, no Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Pará (Ufpa). A programação inclui palestras e mesas redondas com foco no sequestro de carbono e na produção agropecuária sustentável. Pesquisadores da Ufra e convidados de várias instituições e órgãos ambientais irão debater e apresentar pesquisas inovadoras em quatro principais eixos temáticos: Alternativas sustentáveis para a gestão da Floresta Amazônica; O papel da legislação na promoção da produção sustentável na Amazônia; Populações tradicionais e bioeconomia na conservação da biodiversidade Amazônica; Soluções para a produção agropecuária sustentável na Amazônia.
O Simcarbo é uma das iniciativas da universidade diante da proximidade da Cop-30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas que vai ocorrer em Belém no mês de novembro. Para o reitor em exercício da Ufra, professor Jaime Viana, esse é um momento de unir esforços e apresentar a qualidade das pesquisas realizadas na instituição. “Como uma instituição de ensino, pesquisa e extensão, a Ufra traz debates urgentes e relevantes sobre o ciclo de carbono na Amazônia, um bioma de importância global para a regulação do clima e a manutenção da biodiversidade. A Ciência e a Tecnologia desempenham um papel fundamental na busca por soluções inovadoras e sustentáveis, e a universidade tem investido em pesquisas de ponta nas áreas de manejo florestal, agricultura de baixo carbono, restauração de áreas degradadas e manutenção do ciclo de carbono”, diz.
Segundo o coordenador geral do evento, o pesquisador e zootecnista Jorge Cardoso de Azevedo, o Simcarbo visa ressaltar o potencial da região, os pesquisadores locais e a relevância dessas pesquisas e desses profissionais para o Brasil e o mundo. “A COP 30, principal fórum internacional de negociações climáticas, está com os olhos voltados para a Amazônia, que abriga 76,4% da maior floresta tropical do mundo. O potencial de emissão de carbono na região pode variar de 100 a 518 toneladas por hectare, em caso de desmatamento e queima total. Nesse cenário, é essencial buscar uma agropecuária sustentável e a UFRA tem se destacado com pesquisas realizadas no Pará, especialmente as desenvolvidas no Grupo de Estudos em Ruminantes e Forragicultura da Amazônia, o GERFAM. Mas os pesquisadores locais ainda carecem de maior reconhecimento nas discussões da COP 30”, diz.
Ele explica que o evento surgiu da necessidade de discutir e desenvolver políticas climáticas para a Amazônia, com foco específico no estado do Pará. Um dos objetivos é auxiliar na aplicação, superar entraves e propor soluções para a Lei nº 9.048, de abril de 2020, que institui o Plano Estadual de Mudanças Climáticas do Pará (PEMC/PA); além do Decreto nº 941, de 3 de agosto de 2020, que estabelece o Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA) e a Portaria nº 651/2022 da SEMAS, que institui o Plano Estadual de Bioeconomia do Estado do Pará (PlanBio – Pará). “Essas leis, decretos e planos estaduais são de grande relevância, mas, para que saiam do papel e se tornem realidade, é necessário um investimento estadual específico em equipamentos e laboratórios voltados para a avaliação das Mudanças Climáticas no Pará”, diz Jorge Azevedo.
Informações sobre inscrição e a programação geral do evento estão disponíveis no link: https://www.even3.com.br/1-simposio-de-carbono-na-amazonia-simcarbo-513493
Por Vanessa Monteiro/Ascom Ufra
