Agência Pará – Todos os dias, a servidora da Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop), engenheira civil Thais Ribeiro, segue uma rotina de trabalho que envolve calçar botas, vestir colete reflexivo e proteger a cabeça com capacete. O cuidado com a segurança é necessário para reduzir riscos durante as atividades em meio a máquinas pesadas. Ela está no comando de uma equipe empenhada em preparar Belém para um futuro com mais qualidade de vida para sua população, e também a infraestrutura necessária para sediar eventos de grande porte, como a conferência mundial sobre mudanças climáticas (COP 30).
Thais Ribeiro atua em dois empreendimentos essenciais para a capital paraense: a Nova Doca (Avenida Visconde de Souza Franco) e Avenida Almirante Tamandaré, cujos canais estão sendo transformados em parques lineares.
Na avaliação da engenheira da Seop, “trabalhar nas obras da COP 30 é um grande desafio, porque são obras que envolvem uma complexidade grande. Porém, ao mesmo tempo que é um grande desafio, é também muito gratificante ver que nossos esforços podem melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e transformar a cidade”.
“Eu nunca me senti discriminada ou prejudicada por ser mulher. Quando você tem uma postura profissional, os outros profissionais te respeitam, e eu acredito que a minha perspectiva feminina trouxe uma visão única para as equipes com quem já trabalhei”, reforça Thais Ribeiro, que conta com o respeito e a admiração de toda a equipe envolvida nas obras.
A profissional destaca que, embora as mulheres ainda sejam minoria no campo da engenharia civil, a participação feminina vem aumentando. “Eu percebo que a participação das mulheres nesta área tem sido mais significativa. As mulheres estão ocupando mais espaços no ramo da construção civil, e nós temos mostrado que somos capazes, que temos conhecimento suficiente e capacidade de fazer gestão de grandes equipes, de grandes obras. Me sinto cada vez mais encorajada a seguir em frente. Gostaria que todas as mulheres tivessem certeza de que nós somos capazes de desenvolver qualquer função. Não há preconceito que vença a vontade de uma mulher, de fazer o trabalho dela e ocupar o seu lugar”, enfatiza Thais.
No comando – O Governo do Pará está investindo R$ 4,5 bilhões em obras para sediar a COP 30 em Belém, em novembro deste ano. São mais de 30 projetos nas áreas de desenvolvimento urbano, mobilidade, saneamento e conectividade. Um amplo volume de ações supervisionadas por uma mulher: a vice-governadora Hana Ghassan, que preside o Comitê Estadual da conferência.
“Presidir o Comitê Estadual da COP é uma grande honra, mas tenho a alegria de trabalhar com uma equipe de pessoas competentes, muitas das quais mulheres, que estão empenhadas em fazer desta conferência não apenas a ‘COP das COPs’, mas também deixar um legado permanente para nosso Estado, que melhore a vida das pessoas após o evento”, ressalta a vice-governadora.
Transformação pela educação – Hana Ghassan destaca ainda que, entre os investimentos do governo para a conferência climática, está o Programa “Capacita COP 30”, que por meio de parcerias com instituições de educação e iniciativa privada oferta mais de 100 cursos gratuitos de qualificação nas áreas de turismo, gastronomia, infraestrutura e segurança do trabalho.
“Nós queremos que a COP traga uma melhoria de vida para a nossa população em todos os sentidos, e nada é mais transformador que a educação. As mulheres estão abraçando essa oportunidade. Até agora, já certificamos 8 mil mulheres. O Capacita COP 30 é o maior programa de qualificação profissional do Pará. Além de permitir a melhoria da mão de obra do Estado para a COP, vai proporcionar um futuro melhor para milhares de mulheres através de novas oportunidades de emprego e renda. Dentre as estudantes dos cursos de qualificação nós temos jovens em busca do primeiro emprego, mães que visam dar um conforto maior para sua família e até estudantes da terceira idade que querem voltar ao mercado de trabalho, provando que o lugar da mulher é onde ela quiser”, garante Hana Ghassan.
Construindo o futuro – A professora Nancy Overal, que leciona Inglês há dez anos, decidiu atuar no “Capacita COP 30” por acreditar que o Programa envolve valores importantes, como desenvolvimento e sustentabilidade. Professora do curso de Inglês voltado ao setor de turismo, ela já contribuiu para a qualificação de 280 alunos, em oito turmas, a maioria formada por mulheres.
“Percebo que a maioria dos alunos é de mulheres, o que é incrível! Elas estão se qualificando e se colocando no mercado de trabalho. O curso de Inglês pode abrir portas para novas oportunidades, melhorar a comunicação e aumentar a confiança. Além disso, pode proporcionar uma melhor colocação no mercado e até oportunidades no exterior. Os alunos compartilham depoimentos positivos sobre como as aulas de Inglês os ajudaram a conseguir empregos, conversar com estrangeiros e até obter bolsas de estudos”, conta a professora.
Para Nancy Overal, atuar como facilitadora do “Capacita COP 30” é muito recompensador. “Sinto-me realizada e motivada, sabendo que estou contribuindo para a formação de pessoas que farão a diferença na COP 30, e além. O Inglês é fundamental, e deixar esse legado é gratificante. Às mulheres do Pará, eu diria: ‘Vocês são fortes, capazes e inspiradoras. Continuem a crescer, se desenvolver e fazer a diferença! E não esqueçam de cuidar do planeta para as futuras gerações”, ressalta a professora.