Trayce Melo/Diário do Pará – A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, que será realizada em novembro deste ano na capital paraense, colocará o Brasil e a cidade em evidência no cenário internacional. A expectativa é também dos empreendedores locais, como os que atuam com vendas de alimentos regionais.
Há quase trinta anos, a “Barraca da Fafá” é ponto de venda de comida na rua 13 de Maio, com seu cardápio regional paraense. O que mais ajuda a divulgar o negócio é o próprio público, que recomenda a barraca para amigos e familiares.
Lá, eles oferecem culinária típica do Pará, como maniçoba, vatapá, caruru e tacacá. Lindomar Araújo, que tem 50 anos e é um dos proprietários do negócio, comenta que está bastante otimista com os efeitos positivos da COP30. Ele também ressalta que, desde o ano passado, já percebeu um aumento nas vendas e na movimentação no local.
Lindomar acredita que, por serem pratos típicos, essas comidas podem atrair muitos turistas. Ele explica que essas delícias fazem parte da nossa cultura, e quem vem de fora costuma querer experimentar, especialmente a “vataçoba”, que é uma mistura de vatapá com maniçoba. “Estamos de braços abertos para receber visitantes de qualquer lugar do mundo. Já estamos nos preparando e pensando em estratégias para atender essa demanda. Acreditamos que os lucros devem crescer bastante nesse período, já que muitos turistas vão querer aproveitar nossa culinária local”, destaca.
Sobre a COP30 e os turistas, ele comenta algumas mudanças que vão acontecer no estabelecimento. “Vamos precisar investir em cardápios com idiomas em inglês e espanhol, ajustar os valores já convertidos em dólar e euro, e até mesmo vamos tentar falar algumas palavras ou usar recursos da tecnologia, como tradutores online, para garantir que a experiência seja a melhor possível no nosso estabelecimento”, diz.
“Talvez a gente necessite contratar mais pessoas durante esse período; atualmente, temos cerca de 10 funcionários, e serão 11 dias bastante intensos. Normalmente, vendemos entre 6 e 10 kg de vatapá, maniçoba, caruru e tacacá por dia, mas provavelmente vamos precisar dobrar essa quantidade para atender bem os visitantes”, afirma Lindomar.
Na rua Padre Prudêncio, a barraca de comidas típicas “É du Pará” há 28 anos conquista seus clientes com sabores tradicionais. Entre os pratos mais pedidos estão o arroz paraense, o tacacá, a maniçoba e o vatapá. A vendedora Marluci Cardoso, de 47 anos, comenta que o local está preparado para receber os turistas.
“Já recebemos alguns visitantes que sempre querem experimentar nossa maniçoba, que é o nosso prato principal. Eles já chegam falando o nome com vontade e, ao provar, acabam se apaixonando. Com a chegada da COP30, esperamos que mais turistas de diferentes partes do mundo venham nos visitar e experimentar nossa culinária local”, afirma.
Ela comenta que o local já está passando por ajustes para receber da melhor forma possível o grande número de visitantes durante a COP30. “O movimento de pessoas vai impulsionar o comércio local. Com a estrutura nova e a visibilidade que o evento traz, podemos aumentar bastante as vendas. Provavelmente, vamos precisar ajustar nossos cardápios, incluindo alguns em inglês. Também vamos aumentar a quantidade de comida, pois normalmente trazemos cerca de 10 kg de maniçoba nesse período, mas desta vez vamos precisar trazer mais. Talvez estender o funcionamento até mais tarde e abrir aos sábados. Nosso objetivo é mostrar bem a nossa cultura”, conclui.