Visando COP 30, seminário discute resíduos sólidos em Belém

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No final de agosto, Belém sediou o 1º Seminário de Resíduos Sólidos. O evento reuniu estudantes, pesquisadores e profissionais para discutir os desafios da gestão de resíduos na capital paraense, que será sede da COP 30, no próximo ano.

Realizado na Universidade Federal do Pará (UFPA), o seminário trouxe debates sobre reciclagem, logística reversa, normas ambientais, encerramento dos lixões, limpeza urbana e funcionamento dos aterros sanitários. Os painéis contaram com a presença de autoridades nacionais, líderes de cooperativas de catadores, além de representantes de órgãos públicos.

Com patrocínio da Guamá Tratamento de Resíduos, o evento foi organizado pelo Instituto Valoriza em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental (PPGESA) da UFPA, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PA) e a Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea (Mútua-PA).

João Gianesi Netto, presidente do Instituto Valoriza Resíduos, avaliou positivamente o engajamento do público durante o evento. “Tivemos cerca de 450 pessoas, entre estudantes e profissionais, participando do seminário. Isso mostra que os paraenses estão tão preocupados quanto nós, interessados em ouvir informações técnicas sobre o tema neste momento que antecede a COP 30”, afirmou.

O professor Neyson Martins Mendonça, coordenador do PPGESA, destacou a diversidade do público, composto majoritariamente por técnicos e engenheiros que atuam na área de gerenciamento ambiental e obras nos municípios do Pará. “Cerca de 20% a 25% do público era formado por estudantes de graduação e pós-graduação, que também demonstraram grande interesse pelo tema dos resíduos sólidos”, acrescentou.

Aterro sanitário

Além de ter seus colaboradores entre os palestrantes do seminário, a Guamá Tratamento de Resíduos também abriu suas portas para receber 35 participantes do evento para uma visita técnica ao aterro sanitário de Marituba. O objetivo foi demonstrar, na prática, o funcionamento da unidade, que recebe diariamente até 1.500 toneladas de lixo doméstico de Belém, Ananindeua e Marituba.

A Guamá Tratamento de Resíduos, empresa responsável pelo aterro sanitário, apresentou as tecnologias utilizadas para destinação adequada do lixo, geração de energia a partir do biogás e transformação do chorume em água de reuso.

Os visitantes conferiram de perto o sistema de disposição dos resíduos, que, no aterro sanitário, são encapsulados por mantas impermeáveis e isolados do contato com o meio ambiente. Além disso, conheceram a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), o parque de osmose reversa, o sistema de queima controlada do biogás e a usina termoelétrica. Essas tecnologias evitam a contaminação da água, ar e solo.

Uma das visitantes foi Jociane Silva, que é técnica florestal em Bujaru. Ela conta que a visita ao aterro sanitário serviu para desmistificar a atividade de destinação dos resíduos. “Foi totalmente diferente de tudo que eu imaginava, eu pensei que fosse simplesmente uma cova aberta para colocar os resíduos. Eu me surpreendi com o empreendimento porque eu achava que era um lixão, mas não é. Tem todo um processo de tratamento, seja químico, físico ou biológico dentro deste aterro”, destacou.

Para o gerente da unidade, Wagner Cardoso, as visitas são importantes para mostrar que o empreendimento vai além de ser um local de destinação dos resíduos, mas também contribui para a geração de valor a partir do lixo. “O aterro sanitário gera emprego e receita direta para o município, paga impostos, contrata serviços de terceiros, além de valorizar os resíduos que são recebidos com a geração de energia e água limpa. Por outro lado, os lixões não geram nada disso. Visitas como esta nos ajudam a mostrar a realidade dos aterros que muita gente não conhece”, reforçou o gestor.

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