Vivian Oswald/Jota Jornalismo – Para a diretora executiva da COP30, Ana Toni, o combustível fóssil não pode ser um tabu em negociações climáticas. E o debate sobre a transição energética, destaca, precisa ir além dos produtores. Tem que envolver consumidores, entre eles todas as indústrias que dependem dos fósseis, porque não se trata apenas de “abrir ou fechar um botão”, mas discutir um modelo de desenvolvimento econômico intrinsecamente engendrado nas sociedades.
Em entrevista ao JOTA, no final de junho, em Bonn, onde participou da 62ª reunião dos Órgãos Subsidiários da ONU (SB62), ela afirmou que “o tempo é o nosso grande inimigo para fazer essa transição rapidamente, porque, logicamente, demoramos muito para começar”.
Entre as dezenas de encontros que teve com representantes de mais de 190 países, organismos internacionais e membros da sociedade civil, Toni explica que a transição justa, ordenada e equitativa precisa de parâmetros. E criá-los passa por debater a dependência econômica do combustível fóssil entre as nações e determinar quem vai para de produzir e/ou consumir primeiro. O momento, segundo ela, não é de trocar acusações, ou apontar o dedo para quem faz, ou deixa de fazer, porque “não resolve o problema”.