A realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, agendada para novembro de 2025, deve impactar significativamente a malha aérea do Pará. O evento internacional impulsiona negociações para novas rotas internacionais, fortalecendo a conectividade da capital paraense e ampliando o turismo na região.
Novas rotas internacionais para Belém
O governo federal negocia ao menos sete novas conexões aéreas internacionais para facilitar o deslocamento e ampliar a presença do estado no setor da aviação. Entre as propostas, estão voos diretos de Belém para Lima (Peru), via Latam; conexões com o Panamá, operadas pela Copa Airlines, permitindo novas opções de viagem aos Estados Unidos; e a implantação de rotas para o Caribe, abrangendo destinos como San Martin, Aruba, Curaçao e República Dominicana. Essas medidas fazem parte do projeto de transformar Belém em um hub de conexões internacionais.
Expansão da malha aérea e crescimento do tráfego
O Aeroporto Internacional de Belém registrou um aumento na movimentação de passageiros em 2024, superando 4,1 milhões de viajantes ao longo do ano, com uma média diária de 11,2 mil passageiros. O terminal retomou voos regulares para Paramaribo (Suriname) e ampliou conexões com Brasília e Guarulhos.
Com a previsão de aumento do fluxo de passageiros para a COP30, as companhias Azul e GOL elevaram em 25% a oferta de voos partindo de Belém, enquanto a Latam estuda ampliar sua operação. Além disso, um novo voo direto entre Belém e Miami está previsto para junho de 2025, fortalecendo a ligação com os Estados Unidos.
Modernização do Aeroporto Internacional de Belém
Para suportar essa expansão, o aeroporto passa por um processo de modernização, com um investimento de aproximadamente R$ 450 milhões. O plano inclui ampliação da área de embarque, melhorias no saguão principal e atualização dos sistemas de climatização e abastecimento elétrico. Também está prevista a construção de um novo pátio para aeronaves e melhorias na pista de pouso e decolagem para reforçar a segurança operacional.
Segundo Marco Antônio Migliorini, CEO da concessionária responsável pelo aeroporto, essas melhorias são estratégicas para a infraestrutura e qualidade dos serviços. “Com a COP30, Belém se torna um centro de atenção global, e nosso aeroporto precisa estar preparado para esse momento histórico”, afirmou Migliorini.
Impacto econômico e fortalecimento do turismo
Além de impulsionar a infraestrutura aérea, a COP30 deve gerar efeitos positivos no turismo e na economia do Pará. O estado, reconhecido por sua biodiversidade e cultura, pode se consolidar como um dos principais destinos do ecoturismo no Brasil. O governo federal aposta no programa “Conheça o Brasil: Voando”, que busca ampliar o acesso a destinos turísticos, com o Pará entre os estados beneficiados.
A crescente demanda já reflete no setor turístico, com aumento na procura por pacotes de viagens para Belém e outras cidades paraenses. O evento deve deixar um legado que vai além de 2025, fortalecendo a economia local e gerando novas oportunidades de emprego.
Desafios para a expansão aérea
Para garantir que os investimentos no setor aéreo resultem em benefícios duradouros, especialistas apontam a necessidade de um planejamento estratégico de longo prazo. O equilíbrio entre crescimento da malha aérea e tarifas acessíveis será fundamental para que a expansão favoreça tanto visitantes quanto a população local.
Com o fortalecimento da conectividade aérea e melhorias na infraestrutura, a COP30 representa uma oportunidade para transformar o Pará em um polo de turismo e negócios, consolidando sua relevância no cenário global.