Lula: “o Brasil fará uma revolução econômica a partir da bioeconomia”

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Antes de embarcar rumo à Alemanha, onde dá continuidade a agenda de viagens internacionais, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou a atuação do Brasil na COP28, que é apontada pelo governo como um marco do retorno oficial do Brasil às discussões globais sobre o clima. Em coletiva de imprensa concedida ainda em Dubai, nos Emirados Árabes, neste domingo (03), o presidente encerrou a participação do Brasil no segmento de alto nível, de chefes de estado, na 28ª COP, porém, os trabalhos da conferência continuarão pelos próximos 10 dias, encerrando apenas no dia 12 de dezembro.

O presidente iniciou o seu pronunciamento à imprensa destacando que não é possível comparar a estrutura e o luxo observado na COP de Dubai, mas que, independente disso, a COP do Brasil, prevista para 2025, deverá ser a maior COP já realizada, justamente por ser sediada na Amazônia. “Durante o encontro com o movimento social brasileiro, eu alertei as pessoas para que ninguém fique imaginando que vai ser possível, em algum lugar, repetir uma COP como essa, com o luxo, a riqueza das coisas. Não é possível fazer isso em outro país do mundo”, comentou. “Mas nós vamos fazer uma COP com a cara do Brasil, com o povo brasileiro, em um Estado amazônico que vai ser a grande novidade”.

O presidente reforçou, ainda, que viaja para a Alemanha, seguindo na sequência para reunir o Mercosul no Rio de Janeiro, satisfeito com a forma como o Brasil foi recebido na COP. “Eu saio daqui muito satisfeito, inclusive, o maior presente que a minha delegação leva ao embarcar para Berlim é o carinho com que nós fomos tratados, o respeito com que todos os governantes de todos os países nos trataram. E eu saio daqui com a certeza de que nós vamos chegar na COP30 altamente preparados”, apontou. “Possivelmente seja a maior COP já realizada em todos os tempos porque vai ser na Amazônia. Eu sinto a expectativa de muita gente querer ir para a Amazônia, querer conhecer a Amazônia e a riqueza e a beleza da Amazônia. Eu acho, então, que a gente vai ter outro patamar para as discussões da COP”.

Lembrando o momento em que chegou a se emocionar na COP28, quando cedeu espaço para a Ministra Marina Silva discursar na plenária de países florestais, ainda no sábado (02), o presidente destacou a relevância da Amazônia falar por si própria. “Todo mundo fala da Amazônia e ontem (sábado), nessa COP, foi a primeira vez que a floresta amazônica e outras florestas falaram o que querem, como querem e para que querem. Daí a minha emoção, até porque eu estava falando da Amazônia com uma ministra que nasceu na Amazônia, que foi serigueira no Estado do Acre, que se alfabetizou aos 16 anos, e que, portanto, era ela que tinha que falar”, disse. “Foi um gesto de reconhecimento e de mostrar ao mundo que o Brasil está levando essa questão muito a sério”.

Lula disse, ainda, que o objetivo e convencer as pessoas que investem em agricultura, na indústria de móveis, na criação de gado, de que é plenamente possível manter a floresta intacta e, ai da assim, ter terra para plantar, contando com o avanço da ciência, e com o melhoramento da terra, para que seja possível produzir muito mais na mesma quantidade de hectares. “Eu volto muito feliz porque nós estamos saindo de um encontro internacional que a cada ano que passa ganha mais envergadura, ganha mais responsabilidade e mais representatividade. O Brasil é um país que ninguém, hoje, no planeta pode discutir o clima sem levar em conta a existência do nosso país, sem levar em conta a nossa experiência, e sem levar em conta o que vai acontecer no Brasil nessa questão da transição energética”, afirmou. “Eu tenho dito que não existirá nenhum país no mundo em condições de oferecer a quantidade e as variáveis de opção de energia limpa como o Brasil pode oferecer. É uma oportunidade que o Brasil está tendo no século XXI de fazer uma revolução econômica a partir da chamada bioeconomia, a chamada economia verde, a chamada renovação energética. E foi isso que nós viemos mostrar aqui”.

Apesar da despedida do Presidente Lula da COP28, o Brasil segue representado na programação da COP28, que segue até 12 de dezembro. Por volta de 17h deste domingo, no horário local, o Governador do Estado do Pará, Helder Barbalho, e o presidente do BID, Ilan Goldfajn, assinarão novos convênios e farão anúncios de ampliação da parceria estratégica, inclusive com o aumento de financiamento ambiental ao estado com o programa “Descarboniza Pará”.

Por Cintia Magno, especialmente de Dubai, Emirados Árabes

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