A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara assinou, nesta quarta-feira (13/09), um conjunto de atos fundamentais para fortalecer a participação das mulheres indígenas em políticas públicas. A assinatura ocorreu no último dia da III Marcha das Mulheres Indígenas, evento que reuniu representantes de diversas etnias de todo o país, em três dias de agenda em Brasília (DF).
Um dos destaques foi o acordo de cooperação técnica entre o Ministério dos Povos Indígenas e o Ministério das Mulheres. Este acordo representa o compromisso de ambas as partes em desenvolver estratégias e ações que visem à prevenção da violência contra as mulheres indígenas.
Para Guajajara, em um país onde essa população frequentemente enfrenta desafios singulares, medidas como essa são fundamentais para assegurar a integridade e os direitos destas mulheres. Segundo a ministra, as mulheres são vítimas de uma série de ataques em diversas frentes, inclusive na esfera política.
“A gente fala muito das várias formas de violência, do machismo que a gente enfrenta nos nossos espaços, mas aqui em Brasília a gente enfrenta muito também a violência política. Isso faz com que muitas mulheres até desistam de fazer essa disputa para ocupar esses lugares porque realmente há uma hostilidade contra nós”, disse.
O fortalecimento dessa colaboração interministerial indica uma crescente conscientização sobre os desafios enfrentados pelas mulheres indígenas no Brasil. “É um momento muito importante para a luta das mulheres indígenas. […] nós, mulheres indígenas, somos a cura da terra e estamos nos propondo, nos doando, para que a humanidade repense a sua atuação neste planeta”, disse a ministra dos Povos, no encerramento do evento.
Projeto Guardiãs
Durante a solenidade foi assinada também uma portaria que institui o Grupo de Trabalho Técnico, inserido no contexto do Projeto Guardiãs. A iniciativa é fruto da parceria entre o MPI e o Ministério das Mulheres, que tem como foco promover políticas públicas e estratégias de prevenção, enfrentamento e erradicação das violências de gênero e discriminações que as mulheres indígenas ainda vivenciam dentro e fora de seus territórios.
De acordo com a ministra Sonia, essas iniciativas são passos significativos no caminho para garantir que suas vozes sejam ouvidas e que suas demandas sejam atendidas de maneira eficaz e respeitosa.
Por meio de parcerias nos estados, o programa vai estimular a capacitação, formação de redes institucionais de apoio e conhecimentos sobre os direitos das mulheres e meninas indígenas, priorizando sua participação e protagonismo na formulação das políticas públicas voltadas à prevenção e ao enfrentamento das violências de gênero.
Parceria com a CAPES
Outra parceria significativa foi celebrada entre o MPI e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Por meio de um Protocolo de Intenções, as instituições comprometeram-se a impulsionar a formação acadêmica de alto nível e a pesquisa científica voltada para a inclusão dos povos indígenas.
Com informações do Minsitério dos Povos Indígenas