O segundo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2 – “Fome Zero e Agricultura Sustentável” foi elaborado junto ao Pacto Global da ONU com metas específicas para combater a fome e a desnutrição mundial. No Brasil, em especial no Pará, um dos trabalhos mais conhecidos é o da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que com estudos e pesquisas trouxe produtos biofortificados que fortalecem os propósitos da ODS 2.
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“Houve um trabalho muito forte dos melhoristas e uma equipe de cientistas de vários países começou a desenvolver algumas cultivares biofortificadas. Nós [Embrapa Amazônia Oriental] recebemos quatro: a macaxeira, o milho, a batata-doce e o feijão-caupi”, explica Jaime Carvalho, analista de transferência de tecnologia da Embrapa.
Os trabalhos de biofortificação são realizados pela Rede BioFORT, coordenada pela Embrapa. Quando foram iniciadas as pesquisas, os melhoristas alcançaram nove variações de alta qualidade: três macaxeiras, três batatas-doces, dois feijões-caupi e um milho. Todos produtos biofortificados. Entre esses aperfeiçoamentos, destaques para as duas variações do feijão-caupi, o “BRS-Tumucumaque” e o “BRS-Aracê”, que se destacam por possuírem 50% de zinco, 90% de ferro e provitamina A.
A partir do melhoramento genético, a Embrapa passou a estimular a produção entre os pequenos produtores por meio de capacitações, enquanto apresentava o projeto para as prefeituras nos 144 municípios paraenses. A aderência das prefeituras, porém, foi baixa.
Futuro dos biofortificados no Pará
Além da baixa aderência das prefeituras aos produtos biofortificados, os pesquisadores encararam grandes problemas, como a pandemia da Covid-19 e os cortes de verbas na ciência. A falta de recursos comprometeu o funcionamento do projeto, que foi encerrado em 2021, mas com as políticas governamentais atuais e a crescente urgência dos países de se adequarem aos objetivos sustentáveis, o projeto se prepara para ser resgatado.
“Eu estive há pouco tempo apresentando uma proposta. Foi aprovada e está aguardando recursos. Provavelmente em 2024 vamos voltar com a BioFORT bem mais forte. Talvez atingindo muito mais municípios porque também fechamos uma parceria com a Emater. A Embrapa leva tecnologia e a Emater faz todo esse trabalho de acompanhamento e extensão rural”, enfatiza Jaime.
Texto: Fernanda Palheta