CNN – A Cúpula do Brics, que começou neste domingo (6), no Rio de Janeiro, vai formalizar uma carta de intenções dos países-membros para a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), que será realizada em novembro, em Belém.
Em 2025, o Brasil ocupa a presidência simultânea do Brics e da COP 30. Com a Cúpula do Brics esvaziada pela ausência dos chefes máximos de países como China, Rússia, Egito e Irã, as expectativas se voltam para usar a agenda para chamar atenção para a COP e para o protagonismo brasileiro na condução de discussões climáticas.
É a primeira vez que uma reunião do grupo deve produzir uma declaração do tipo. A carta é articulada pelos diplomatas dos países que compõe o Brics e acompanhada de perto por entidades do terceiro setor, como o Instituto Igarapé.
A diretora adjunta de programas da entidade, Laura Trajber Waisbich, defende que os líderes deem sinalizações mais ambiciosas de apoio ao multilateralismo climático.
“Os Brics tem um potencial de cooperação, financiamento e investimento em clima e natureza ainda sub-explorado. E o Brasil precisa de um Brics mais ambicioso na pauta climática para entregar o que precisa ser entregue na COP30. É hora de trazer os Brics para o mutirão global pelo clima”, avalia Laura.
Um dos focos esperados para a carta de intenções é sobre o chamado coletivo para o financiamento climático, assunto que será um dos principais debates da COP, sobretudo depois do fracasso da última conferência em Baku, no Azerbaijão.
Na COP29, o valor ficou em US$ 300 bilhões e a busca por US$ 1,3 trilhão em investimentos ficou de herança para a COP30.
“Esperamos que a declaração inédita seja concreta em relação às contribuições que os países do grupo – muitos dos quais grandes economias do Sul Global – podem dar para destravar o financiamento climático global”, afirma a diretora adjunta de programas do Instituto Igarapé.