A edição 28 da Conferência das Partes sobre o clima, COP28, terminou na última terça-feira (12), em Dubai, nos Emirados Árabes, com uma sugestão no documento final de redução gradual do uso de combustíveis fósseis para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global.
A próxima edição da COP será no Azerbaijão, mas, o Brasil já está preparando para receber a COP30, que será realizada em Belém, capital do Pará. Nesta sexta-feira (15), o ministro das Cidades, Jader Filho, participou do ciclo de seminários Rumo à COP30.
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No painel, o ministro falou sobre o setor de mobilidade na construção de cidades sustentáveis. Jader voltou a afirmar que não é possível enfrentar as questões climáticas sem falar das questões urbanas. O ministro destacou que não existe só a Amazônia como floresta, mas também a Amazônia das cidades [urbana], onde mais de 28 milhões de pessoas moram.
“Eu não acredito que a gente vá encontrar a solução da justiça climática sem a gente tratar da justiça urbana. Se a gente não colocar na discussão do meio ambiente as pessoas [das cidades] é difícil a gente conseguir fazer um processo de enfrentamento real do problema climático. O mundo só conhece esta foto da Amazônia [da floresta], mas não só essa que existe. Existem duas Amazônias, a da floresta, da abundância, da nossa biodiversidade, mas existe a outra, que é das cidades, onde existem 28 milhões de brasileiros, que querem ter direito a saneamento”, declarou Jader Filho.
O ministro revelou que o primeiro projeto do novo PAC será para tratar de contenção de encostas e drenagem, que tem um orçamento de 15 bilhões.
Desmatamento e mudanças no clima
Além disso, Jader destacou que o governo federal segue comprometido em combater o desmatamento, com o PAC e outros projetos sociais. Durante a fala, o ministro revelou que no pacote de transição do governo anterior havia apenas 30 mil para ações de prevenções contra o desflorestamento.
Jader destacou que o Brasil, este ano, viveu os dois extremos: sul, cidades sendo devastadas pela chuva, e a Amazônia, atingida pela seca extrema.
“Se alguém me dissesse que eu estaria em um braço de um rio da Amazônia seco, para mim, que vivi a vida inteira na Amazônia, pensar nisso era impossível. Quando eu cheguei em Santarém eu vi que uma comunidade precisava andar 10 km para pegar água, e ai eu falo que a gente precisa dos financiamentos, porque a seca vai continuar. A gente tem que dotar a Amazônia, com essa quantidade de água que ela tem, com microssistemas simplificados de abastecimento de água. Então, essa é a urgência, que está batendo na porta e cada dia com mais força”, declarou Jader.
Mobilidade urbana
Ao falar sobre mobilidade urbana, o ministro destacou os desafios do governo: oferecer transporte de qualidade para a população, reduzir a quantidade de carros nas ruas e diminuir a emissão dos gases do efeito estufa. Jader voltou a afirmar que é preciso que todos tenham uma mudança de pensamento na questão do enfrentamento das mudanças climáticas, que ele acredita que já está ocorrendo.
“Pela primeira vez, a maioria dos pedidos de ônibus pelas prefeituras e governos estaduais, foram de ônibus elétricos. Foram mais de 2.960 mil pedidos de ônibus elétricos contra 2.635 já com o diesel euro 6, que já é menos prejudicial ao meio ambiente”, ressaltou o ministro.
Ainda segundo ele, o governo continuará investindo para que a mobilidade urbana no Brasil seja cada mais limpa e de qualidade para a população, com ônibus elétricos, BRTs e outras ações.
Por Aila Beatriz/DOL