Com o objetivo de mostrar a importância das Indicações Geográficas (IGs) e fortalecer a agricultura de baixo carbono na Amazônia, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) participará da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá em Belém, entre os dias 10 e 21 de novembro. A Secretaria levará ao evento iniciativas voltadas à bioeconomia amazônica, à preservação ambiental e ao desenvolvimento sustentável, com apresentações em dois espaços diferentes: o Museu Paraense Emílio Goeldi e a Green Zone, no Parque da Cidade.
No dia 11 de novembro, a Sedap vai participar do evento “Amazônia Sempre Station at COP30 in Belém”, realizado no Museu Goeldi. Já no dia 19, das 15h45 às 17h, a Secretaria estará na Câmara Setorial de Agricultura e Economia Verde, na Green Zone, com o painel “Indicações Geográficas: Proteção de Saberes Tradicionais e Desenvolvimento Sustentável”.
A programação segue no dia 20, com duas participações. Das 17h15 às 18h30, a Sedap, em parceria com representantes do Estado do Amazonas, apresentará o tema “Agricultura – Descarbonização e Agricultura de Baixo Carbono na Amazônia Legal”. Logo em seguida, das 18h45 às 19h45, o debate será sobre “Agricultura – Cadeias Produtivas e Sustentabilidade: Políticas Públicas para a Bioeconomia Amazônica”, com a presença também de representantes do Amapá.
Indicações Geográficas e sustentabilidade amazônica
De acordo com a engenheira agrônoma Márcia Tagore, coordenadora do Programa Estadual de Incentivos às Indicações Geográficas e Marcas Coletivas da Sedap, a proposta é mostrar como as IGs estão diretamente ligadas à conservação ambiental e ao desenvolvimento sustentável. “Por se tratar dessa questão de cuidar da natureza, não temos como desvincular da temática climática. Muitos dos processos que vivenciamos estão ligados à forma como o ser humano atua junto ao meio ambiente. Nós somos parte dele. Quando compreendemos essa relação, percebemos que as Indicações Geográficas também expressam essa conexão com as riquezas naturais, culturais e humanas”, destacou.
Durante os painéis, serão apresentadas experiências nacionais e internacionais que mostram como a certificação de origem pode impulsionar cadeias produtivas sustentáveis, gerar justiça social e contribuir para a mitigação das mudanças climáticas, promovendo sistemas de produção de baixo impacto ambiental.
Um dos exemplos é a Indicação Geográfica das amêndoas de cacau de Tomé-Açu, no nordeste do Pará, a primeira reconhecida no Estado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). “O Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu (Safta) é diferenciado. Ele constrói novos conhecimentos e reforça saberes tradicionais, tanto do Japão quanto do Brasil, dando visibilidade à riqueza do nosso Estado”, afirmou Márcia Tagore. O município é uma das referências históricas da imigração japonesa na Amazônia.
Além disso, a Sedap abordará temas como a relevância das Indicações Geográficas para a agricultura familiar e os povos tradicionais, o turismo sustentável associado à certificação de origem, a preservação ambiental e o papel da governança local na valorização e credibilidade das IGs na Amazônia.
Júlia Marques com informações da Agência Pará.


