UniĆ£o tem 30 dias para apresentar plano contra garimpo em terra Yanomami

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A JustiƧa Federal de Roraima deu prazo de 30 dias para que a UniĆ£o apresente um novo cronograma de aƧƵes para combater o garimpo ilegal na Terra IndĆ­gena Yanomami, sob pena de multa de R$ 1 milhĆ£o em caso de descumprimento. Cabe recurso.

A decisĆ£o foi divulgada pelo MinistĆ©rio PĆŗblico Federal (MPF) na segunda-feira (29), apĆ³s uma audiĆŖncia de conciliaĆ§Ć£o ter sido realizada, na semana passada, em conjunto pelas 1ĀŖ e 2ĀŖ Varas Federais de Roraima.

ā€œA medida foi necessĆ”ria diante da inĆ©rcia do Estado brasileiro em elaborar um planejamento efetivo para a instalaĆ§Ć£o de bases de proteĆ§Ć£o e retirada dos invasores do territĆ³rio tradicionalā€, disse o MPF, em nota.

A reuniĆ£o foi realizada a pedido do MPF e contou com a participaĆ§Ć£o dos MinistĆ©rios da JustiƧa e SeguranƧa PĆŗblica, da Defesa, dos Povos IndĆ­genas, da SaĆŗde e do Meio Ambiente. TambĆ©m estavam presentes representantes da PolĆ­cia Federal, da ForƧa Nacional de SeguranƧa PĆŗblica, do Estado de Roraima, da FundaĆ§Ć£o Nacional dos Povos IndĆ­genas (Funai) e do Instituto Chico Mendes de ConservaĆ§Ć£o da Biodiversidade (ICMBio).

Segundo o MPF, a UniĆ£o se comprometeu a apresentar um novo cronograma de aƧƵes envolvendo a retirada de garimpeiros, a instalaĆ§Ć£o da base de proteĆ§Ć£o etnoambiental Pakilapi e a implementaĆ§Ć£o de polĆ­ticas pĆŗblicas permanentes no territĆ³rio Yanomami em atĆ© 30 dias.

A determinaĆ§Ć£o da multa, caso a promessa nĆ£o seja cumprida, foi tomada no Ć¢mbito de duas aƧƵes civis pĆŗblicas abertas pelo MPF em 2017 e 2020, nas quais o Ć³rgĆ£o pediu que os Ć³rgĆ£os federais fossem obrigados a instalar bases de proteĆ§Ć£o etnoambiental (Base) no TI Yanomami.

Ainda de acordo com o MPF, mesmo apĆ³s cinco anos da sentenƧa favorĆ”vel, UniĆ£o e Funai nĆ£o implementaram a base do rio Uraricoera, o que permitiu a entrada desenfreada de garimpeiros ilegais na regiĆ£o, uma das mais afetadas pela mineraĆ§Ć£o ilegal.

ā€œSe o Estado brasileiro tivesse cumprido as decisƵes judiciais proferidas nessas aƧƵes, o territĆ³rio Yanomami estaria devidamente protegido e nĆ£o estarĆ­amos assistindo Ć  tragĆ©dia humanitĆ”ria e ambiental instalada entre as comunidades indĆ­genasā€, afirmou o procurador da RepĆŗblica responsĆ”vel pelo caso, Alisson Marugal, na nota divulgada pelo MPF.

O Ć³rgĆ£o frisou a crise humanitĆ”ria presente na TI Yanomami, com o registro, por exemplo, de quadro de desnutriĆ§Ć£o desenfreada de crianƧas indĆ­genas, ao mesmo tempo que instalaƧƵes de saĆŗde foram tomadas pelos invasores e passaram servir como centro logĆ­stico de atividade ilegal.

Procurada pela AgĆŖncia Brasil, a Advocacia-Geral da UniĆ£o (AGU) disse que ā€œo governo federal, de acordo com determinaĆ§Ć£o do presidente da RepĆŗblica, elabora plano de aĆ§Ć£o para a nova etapa da operaĆ§Ć£o de desintrusĆ£o, que se dedicarĆ” Ć  implementaĆ§Ć£o de medidas estruturantes e permanentesā€. Segundo a instituiĆ§Ć£o, ā€œo plano de aĆ§Ć£o serĆ” apresentado ao JudiciĆ”rio e aos Ć³rgĆ£os adequados no prazo estabelecidoā€.

Com informaƧƵes da AgĆŖncia Brasil

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