Helder destaca legado da COP 30 na Amazônia para valorização da floresta e bioeconomia

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Diário do Pará – Ao lado de representantes dos setores público e privado, ligados à agenda ambiental, o governador do Pará, Helder Barbalho, defendeu ontem o legado da COP 30 para a valorização da floresta, para a bioeconomia e para o clima, durante participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Ele teve cinco agendas estratégicas, em seu segundo dia de compromissos no Fórum, e também destacou que a realização da Conferência do Clima de novembro de 2025, em Belém, é uma oportunidade de o Brasil liderar a agenda climática do planeta.

“Nós estamos trabalhando para que o Brasil, pelo exemplo, possa ter a capacidade de exercer o seu papel de liderança ambiental no planeta, efetivamente, pelas suas condições ambientais, por ter em seu território diversos biomas, mas particularmente o destaque do bioma amazônico faz do Brasil uma referência para a agenda climática e nós desejamos que esta COP, com o seu simbolismo, traga a oportunidade da conjugação do debate construtivo envolvendo a ciência, envolvendo as instituições públicas, as companhias e instituições privadas, mas, também, a capacidade de escuta dos povos ancestrais, aos povos tradicionais que habitam na floresta e na Amazônia”, frisou Helder.

No painel “Road to COP30”, o governador do Pará esteve ao lado de Jesper Brodin, CEO do grupo IKEA; Simon Stiell, secretário executivo da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC); Diana Olick, correspondente sênior para clima e mercado imobiliáririo da CNBC; Mukhtar Babayev, ministro da Ecologia e Recursos Naturais do Azerbaijão e presidente da COP29; e Damilola Ogunbiyi, representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas.

Valorização da floresta

“Desejamos que a COP 30, em Belém do Pará, possa ser a grande oportunidade de deixar um legado para a valorização da floresta, para a bioeconomia, para a continuidade certamente dos mais importantes legados da COP 29, a regulamentação do artigo 6, que permita com que o mercado de carbono efetivamente possa estar regulamentado e com isto possamos estabelecer uma nova commodity global”, destacou Helder Barbalho, que defendeu tópicos como transição energética e floresta, consciência e educação ambiental. O Fórum Econômico Mundial 2025 (WEF, na sigla em inglês) reúne líderes globais para abordar os principais desafios globais e regionais. Isso inclui responder a choques geopolíticos, estimular o crescimento para melhorar os padrões de vida e administrar uma transição energética justa e inclusiva.

Bioeconomia

No painel “Sustainability in Brazil’s Future” realizada na Brazil House, um espaço inédito do país durante o Fórum Econômico Mundial, Helder Barbalho voltou a afirmar que floresta viva precisa ser valorizada e acredita que através do mercado de carbono seja possível estimular a bioeconomia através de ciência, conhecimento e pesquisa para fortalecimento da biodiversidade.

O local é palco de programações com autoridades locais e globais para discutir importantes temas, como sustentabilidade, transição energética, biotecnologia e o papel do Brasil na nova economia.

Oportunidade estratégica

O governador paraense afirmou que a COP 30 em Belém é uma oportunidade estratégica para deixar um legado para valorização da floresta, construção e fortalecimento da bioeconomia e continuidade do regulamentação do mercado de carbono, o que considerou ser um dos maiores legados do evento.

“Pela primeira vez teremos o maior momento de discussão ambiental acontecendo na floresta amazônica, maior floresta tropical do mundo, e certamente é uma oportunidade incrível que as Nações Unidas permitem ao planeta, ao mesmo tempo que permite ao Brasil poder liderar esse momento e esta agenda”, afirmou o governador paraense e presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal (CAL).

COP na Amazônia quebra paradigma

Durante o painel “Brazil: More Action Ahead?” que abordou amplos desafios socioeconômicos para o país, como desigualdade e transição energética, Helder Barbalho destacou a construção da política ambiental e climática iniciada em 2019 no Pará, que resultou na redução do desmatamento em níveis históricos, no desenvolvimento do Plano Estadual de Bioeconomia, na estratégia de Pagamento por Serviços Ambientais e no lançamento da concessão para restauração florestal, estratégia pioneira no país.

“O Estado do Pará, em 2019, ousou ao tomar a decisão de construir uma nova história, um novo caminho para o seu modelo de uso da terra e estratégia de desenvolvimento do estado. Lembremos que o Pará protagonizou ao longo do tempo um modelo extrativista e exploratório de uso do solo. A partir disso, nós precisávamos combater ilegalidades ambientais, diminuir desmatamento e queimadas, e isso tem trazido um resultado importante”, disse o governador paraense.

O encontro teve participações do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF); Eduardo Paes, prefeito da cidade do Rio de Janeiro; Ilona Szabó de Carvalho, cofundadora e presidente do Instituto Igarapé; e Luana Marques Garcia Ozemela, vice-presidente de Impacto & Sustentabilidade do Ifood.

Helder também destacou que o Brasil e a Organização das Nações Unidas quebram um paradigma ao promover o debate sobre meio ambiente na Amazônia.

“Fazer a COP na Amazônia, pós-Dubai, pós-Baku, é uma mensagem clara que as Nações Unidas dão quando escolhem uma cidade da Amazônia, e é uma mensagem clara do Brasil, que está quebrando um paradigma, com a coragem de colocar as pessoas para discutirem meio ambiente com o pé na floresta, para conhecer efetivamente o que é viver na Amazônia. Nós temos 29 milhões de pessoas que vivem lá e que precisam ser enxergadas. Não podemos deixar de aproveitar o que a COP em Belém, na Amazônia, o protagonismo do Brasil, pode nos deixar no dia seguinte a isto, e por isso eu destaco que nós devemos buscar como nação”, concluiu Helder.

Pecuária Sustentável

Estimular a integridade e o desenvolvimento da cadeia da pecuária, ao mesmo tempo, incentivando a mudança do uso da terra com práticas sustentáveis e que contribuam com a manutenção da floresta viva. Esse foi o pilar central do discurso do governador Helder Barbalho no painel “Acelerando a ação dos sistemas alimentares rumo à COP30”.

Helder apresentou a estratégia adotada pelo Governo do Pará para garantir o desenvolvimento do setor priorizando a redução de emissões de gases do efeito estufa e para garantir a carne livre de desmatamento. No evento, que reuniu líderes empresariais, políticos e do terceiro setor, o chefe do Executivo destacou os desafios da rastreabilidade na cadeia da pecuária, e como isso pode se transformar em uma oportunidade de geração de renda aos produtores.

Em dezembro de 2023, o Governo do Estado lançou, na COP 28, em Dubai, o programa Pecuária Sustentável, que prevê que a identificação individual e a rastreabilidade do gado paraense tenham suas etapas de implantação concluídas até dezembro de 2026. Considerada a maior iniciativa de monitoramento ambiental e sanitário do país.

Em Davos, no WEF 2025, pouco mais de um ano após o lançamento do programa, o governador fez um chamado à indústria, ao terceiro setor e ao varejo para que se unam ao governo no apoio aos pecuaristas, colaborando com o apoio e financiamento da estratégia.

Logística

Helder Barbalho também se reuniu com o vice-presidente Sênior de Operações Comerciais e Mobilidade na Uber, Andrew Macdonald. A plataforma é vista como alternativa para o transporte na capital paraense durante a COP 30. Após o encontro bilateral realizado no segundo dia da programação do Fórum Econômico Mundial, os executivos da Uber se comprometeram em elaborar proposta de serviços para valorizar a experiência dos usuários em Belém.

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